Corpo de Nika Shakarami foi sequestrado por forças iranians Reprodução/Twitter
Publicado 04/10/2022 20:59
Teetã - Forças de seguranças iranianas estão sendo acusadas de sequestrar o corpo de uma manifestante e enterrá-lo em outro local sem a autorização da fampilia da vítima. A manifestante em questão é Nika Shakarami.
A jovem de 16 anos desapareceu durante os protestos pela morte de Mahsa Amini realizados no dia 20 de setembro no Teerã, capital do país. De acordo com a ONG Iran Human Rights, mais de 130 pessoas já morreram em deocrrência das manifestações.
Seu corpo foi encontrado por familiares em um necrotério localizado em um centro de detenção na capital iraniana. "Quando fomos identificá-la, eles não nos permitiram ver seu corpo, apenas seu rosto por alguns segundos", disse Atash Shakarami, tia de Nika, em entrevista à BBC.
A família de Nika estava planejando enterrá-la na última segunda-feira (4) mas seu corpo foi sequestrado e enterrado em uma vila na cidade de Veysian a cerca de 40 quilômetros de distância de onde a cerimônia aconteceria.
A ideia inicial era o funeral ser celebrado na cidade natal de seu pai, Khorramabad, no oeste do país. 
Após a divulgação do caso, centenas de manifestantes se reuniram no cemitério de Khorramabad e protestaram contra o governo, gritando "morte ao ditador", em referência ao líder supremo aiatolá Khamenei.
Manifestações no irã
Os protestos se iniciaram após a prisão e a posterior morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que havia sido detida por não usar o hijab, véu que cobre os cabelos, de maneira adequada. Originária do Curdistão iraniano, ela morreu no dia 13 de setembro, três dias depois de ser detida em Teerã.
A jovem não tinha histórico de ativismo político, sem ter qualquer registro de manifestações contra as restrições sociais e políticas impostas pelo governo do país. A última foto publicada por Mahsa antes de sua prisão era um registro com a família do passeio pela capital do país.
Amini, que cresceu em uma família tradicional e religiosa na cidade curda de Saqqez, no noroeste do país, estava prestes a entrar na universidade, ainda neste mês.
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