Publicado 05/10/2022 12:02
O mundo não conseguirá erradicar a pobreza extrema em 2030, data estabelecida pela Assembleia Geral da ONU para cumprir com seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável adotados em 2015, estimou o Banco Mundial (BM) em um relatório divulgado nesta quarta-feira, 5.
Segundo a instituição financeira, o atraso é causado pela pandemia de covid-19 que provocou o maior aumento da pobreza desde 1990, tendência que poderia ser reforçada com a guerra da Ucrânia, de acordo seu relatório anual sobre a pobreza.
Cerca de 70 milhões de pessoas caíram na extrema pobreza em 2020, segundo o BM, que estima que quase 720 milhões de pessoas viviam com menos de 2,15 dólares (R$ 11,25) por dia no final deste ano.
Cerca de 70 milhões de pessoas caíram na extrema pobreza em 2020, segundo o BM, que estima que quase 720 milhões de pessoas viviam com menos de 2,15 dólares (R$ 11,25) por dia no final deste ano.
Durante a pandemia, a renda dos 40% mais pobres, muitas vezes procedentes da economia informal em vários países, caiu em média duas vezes mais do que os dos 20% mais ricos, aprofundando as desigualdades.
"Inflação, desvalorizações cambiais e crises sobrepostas" apontam para uma perspectiva sombria, disse o presidente do Banco Mundial, David Malpass, em nota. "O progresso na redução da pobreza extrema estagnou junto com o crescimento econômico global moderado", acrescentou.
A África Subsaariana concentra 60% dos mais pobres, ou seja, quase 390 milhões de pessoas, com uma taxa de pobreza de 35%.
Para eliminar a pobreza extrema no continente africano para 2030, o Banco Mundial estima que seria necessário um crescimento de 9% por ano em cada país desta região no final da década, "uma marca particularmente alta para países cujo crescimento do PIB per capita foi em média de 1,2% durante a década anterior à pandemia", estima o Banco Mundial.
"Investir em melhores serviços de saúde e educação será crucial para as economias em desenvolvimento na próxima década", disse o economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill.
Para reverter a tendência, a instituição pede aos governos que direcionem melhor a ajuda para reservá-la para os mais pobres, incentivem o investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento e considerem uma tributação que leve mais em consideração as rendas.
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