Donald Trump discursa em evento na FloridaJOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Publicado 14/10/2022 16:29 | Atualizado 14/10/2022 16:36
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump denunciou, nesta sexta-feira (14), a investigação do Congresso sobre o ataque ao Capitólio cometido por seus simpatizantes como um "julgamento-espetáculo" e uma "caça às bruxas".
Em uma carta a Bennie Thompson, presidente da comissão parlamentar que investiga os incidentes de 6 de janeiro de 2021, Trump não mencionou a citação para que fosse interrogado, emitida ontem pelo colegiado da Câmara dos Representantes.
Em contrapartida, repetiu suas críticas à comissão e suas afirmações falsas de que as eleições de 2020, vencidas pelo democrata Joe Biden, foram "manipuladas e roubadas".
"Não dedicaram nem um breve momento para analisar a fraude eleitoral maciça que ocorreu durante as eleições presidenciais de 2020", escreveu Trump.
"A 'Descomissão' perpetuou um julgamento-espetáculo nunca visto antes neste país", disse.
"Não há o devido processo legal, nem contraditório, nem membros republicanos 'reais', nem legitimidade, pois não se fala de fraude eleitoral", afirmou.
"É uma caça às bruxas do mais alto nível, uma continuação do que vem acontecendo há anos", acrescentou.
O ex-presidente também defendeu seus simpatizantes que participaram do assalto ao Congresso em 6 de janeiro de 2021, no momento em que os legisladores certificavam a vitória eleitoral de Biden, classificando-os de "patriotas" e "cidadãos americanos preocupados".
"Vocês não perseguiram as pessoas que criaram a Fraude, mas os grandes patriotas americanos que a questionaram com base em seus direitos constitucionais", assinalou Trump.
"Essas pessoas tiveram suas vidas arruinadas, enquanto sua comissão relaxa e aproveita", frisou.
O colegiado que investiga o ocorrido em 6 de janeiro realizou ontem sua provável última audiência antes das eleições de meio de mandato de novembro e votou a favor de convocar Trump para ser interrogado. O ex-presidente reagiu com uma publicação em sua rede social, a Truth Social, mas não disse se aceitaria comparecer.
"Por que a 'Descomissão' não me pediu que testemunhasse há meses?", questionou.
Steve Bannon, ex-assessor de Trump, é até agora a única pessoa condenada por desacato ao Congresso por se recusar a cumprir com a citação da comissão. Em oito audiências realizadas este ano, a comissão revelou uma enorme quantidade de provas que mostram a participação do ex-presidente em uma série de esquemas para anular as eleições.
 
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