Exército turco não atuou nos conflitos, que começaram no dia 8 de outubroBakr Alkasem/AFP
Publicado 18/10/2022 09:21
Síria - Quase 60 pessoas morreram durante os combates entre a principal organização extremista do norte da Síria e grupos pró-Turquia nos últimos 10 dias, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). De acordo com a ONG, entre as vítimas estão 28 combatentes do HTS, 20 de facções pró-turcas e 10 civis.
Considerados os mais violentos em vários anos, os confrontos permitiram ao grupo extremista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ex-braço sírio da Al-Qaeda, ganhar terreno nas áreas de influência de Ancara. 
"Estamos alarmados com a recente incursão do HTS, uma organização considerada terrorista, no norte da província de Aleppo. As forças do HTS deveriam ser retiradas da região imediatamente", afirmou a embaixada dos Estados Unidos na Síria.
 
Os conflitos começaram no dia 8 de outubro e o exército turco presente na região não atuou, de acordo com várias fontes. Em apenas alguns dias, o HTS conseguiu assumir o controle total da região de Afrin, perto da fronteira turca, segundo um correspondente da AFP e o porta-voz de um grupo armado pró-Turquia.
O OSDH afirmou que os grupos rivais chegaram a um acordo que estipula que o HTS administrará Afrin, ficando responsável pela segurança e os postos de controle que separam esta área das regiões governadas pelo regime sírio e os curdos.
O acordo deve ser ampliado para outras regiões próximas da fronteira turca, mas os combates foram retomados nesta segunda-feira à noite, após uma breve trégua, perto da cidade vizinha de Azaz, reduto do grupo pró-turco Al-Jabha al-Shamia.
O diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, afirmou que o "HTS não poderia ter entrado nesta região sem a autorização da Turquia". Já o governo turco, contrário ao regime de Bashar al-Assad no início da guerra em 2011, começou a enviar tropas ao norte da Síria em 2020 e controla algumas áreas com seus aliados sírios.
Desde a ofensiva do HTS, centenas de pessoas protestaram em várias cidades da região contra o grupo extremista. A organização controla metade da província de Idlib, último grande reduto rebelde e extremista na Síria, onde a guerra provocou quase meio milhão de mortes desde 2011.
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