Publicado 18/10/2022 20:35
A fabricante de cimentos francesa, Lafarge, agora propriedade da suíça Holcim, anunciou nesta terça-feira (18) que concordou em pagar uma multa de US 778 milhões aos Estados Unidos e se declarar culpada de ajudar organizações terroristas na Síria, incluindo o grupo Estado Islâmico (EI), entre 2013 e 2014.
"Em meio a uma guerra civil, a Lafarge fez a escolha impensável de colocar dinheiro nas mãos do EI, uma das organizações terroristas mais brutais do mundo, para continuar vendendo cimento", disse Breon Peace, promotor federal do Brooklyn.
Enquanto a Síria estava mergulhada no caos, a empresa também "solicitou a ajuda (do grupo terrorista) para prejudicar a concorrência da Lafarge em troca de uma parte" de suas vendas, ressaltou o promotor.
A Lafarge "aceitou a responsabilidade pelas ações de seus executivos envolvidos, cujo comportamento foi uma violação flagrante dos códigos de conduta", afirmou a empresa em um comunicado, no qual "lamenta profundamente" esses atos.
De acordo com a justiça dos Estados Unidos, a Lafarge pagou cerca de seis milhões de dólares ao grupo EI e à Frente Al-Nostra entre agosto de 2013 e outubro de 2014, além de US 1,1 milhão a intermediários. Esses acertos teriam lhe rendido cerca de US 70 milhões em vendas.
A sanção financeira inclui uma multa de 91 milhões de dólares e outros US 687 milhões correspondentes aos ativos obtidos ou mantidos ilegalmente.
A número dois do Departamento de Justiça americano, Lisa Monaco, explicou à imprensa que "quando as empresas ou seus dirigentes adotam um comportamento que ameaça nossa segurança nacional - neste caso apoiando uma organização terrorista violenta - o Departamento reagirá com determinação".
"Em meio a uma guerra civil, a Lafarge fez a escolha impensável de colocar dinheiro nas mãos do EI, uma das organizações terroristas mais brutais do mundo, para continuar vendendo cimento", disse Breon Peace, promotor federal do Brooklyn.
Enquanto a Síria estava mergulhada no caos, a empresa também "solicitou a ajuda (do grupo terrorista) para prejudicar a concorrência da Lafarge em troca de uma parte" de suas vendas, ressaltou o promotor.
A Lafarge "aceitou a responsabilidade pelas ações de seus executivos envolvidos, cujo comportamento foi uma violação flagrante dos códigos de conduta", afirmou a empresa em um comunicado, no qual "lamenta profundamente" esses atos.
De acordo com a justiça dos Estados Unidos, a Lafarge pagou cerca de seis milhões de dólares ao grupo EI e à Frente Al-Nostra entre agosto de 2013 e outubro de 2014, além de US 1,1 milhão a intermediários. Esses acertos teriam lhe rendido cerca de US 70 milhões em vendas.
A sanção financeira inclui uma multa de 91 milhões de dólares e outros US 687 milhões correspondentes aos ativos obtidos ou mantidos ilegalmente.
A número dois do Departamento de Justiça americano, Lisa Monaco, explicou à imprensa que "quando as empresas ou seus dirigentes adotam um comportamento que ameaça nossa segurança nacional - neste caso apoiando uma organização terrorista violenta - o Departamento reagirá com determinação".
"Crimes contra a humanidade"
A empresa é acusada na França de "cumplicidade em crimes contra a humanidade", devido às suas atividades até 2014 na Síria.
A investigação das autoridades francesas considerou que a empresa pagou ao EI valores entre 4,8 e 10 milhões de euros. Ao mesmo tempo, está sob investigação se a Lafarge vendeu cimento a esse grupo e suspeita-se que tenha pago a intermediários para estocar matérias-primas com facções jihadistas.
O processo, que inclui eventos parcialmente cometidos na França, ainda está coletando informações, segundo a Procuradoria Antiterrorista da França (Pnat).
Um juiz de instrução francês agora poderá solicitar provas relacionadas à sanção americana para anexar ao caso.
Ao contrário do processo nos Estados Unidos, a empresa não poderá negociar uma multa ou convenção judicial de interesse público (Cjip) para encerrar investigações criminais na França, uma vez que está envolvida em cumplicidade em crimes contra a humanidade.
A Lafarge sublinhou em seu comunicado que continua cooperando plenamente com a investigação das autoridades francesas, mas disse estar disposta a "se defender de qualquer ação judicial que considere injustificada".
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