Publicado 03/11/2022 19:11
Com gritos de "abaixo o bloqueio" e "viva Cuba", cerca de 200 universitários cubanos receberam nesta quinta-feira (3) a aprovação na Assembleia Geral da ONU de uma resolução que pede aos Estados Unidos o fim de seu bloqueio contra a ilha pela trigésima vez.
"Hoje o mundo volta a abraçar Cuba, volta a abraçar o povo cubano e volta a se solidarizar com sua insistência de tantos anos, defendendo" seu "direito a viver sem bloqueio", declarou à AFP a diretora de Estados Unidos da chancelaria cubana, Yohana Tablada.
Tablada esteve na Praça Cadenas da Universidade de Havana, onde estudantes se reuniram para acompanhar em um telão a votação da Assembleia Geral da ONU, realizada desde 1992.
"Gratidão para todo o mundo, que mais uma vez isolou o abusador (EUA) e se levantou contra o abuso", acrescentou.
A multidão na praça, enfeitada com bandeiras brancas, vermelhas e azuis, se encheu de orgulho com o anúncio de aprovação da medida com 185 votos a favor, dois contra (EUA e Israel) e duas abstenções (Brasil e Ucrânia).
"Estou emocionada demais, entusiasmada demais, vendo o apoio de todos os países. É realmente esperançoso, mesmo que não influencie em nada", disse a estudante Alanis Guzmán, de 18 anos, referindo-se ao fato de que a resolução não é vinculante.
Para Sheila Zayas, de 21 anos, o resultado da votação "é uma injeção de ânimo, um momento muito agradável", pois "em meio a tanta dor, podemos respirar e ficar convencidos (...) de que a injustiça não vai prevalecer".
Mais de 70% dos cubanos nasceram ou passaram a vida sob o embargo, imposto em 1962 em plena Guerra Fria pelo então presidente americano John F. Kennedy, que fez a ilha perder mais de 154 milhões de dólares, segundo números oficiais.
"Não consigo imaginar uma Cuba sem o bloqueio, mas estou convencida de que Cuba seria melhor", afirmou Zayas.
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