Publicado 09/11/2022 14:48
As eleições nos Estados Unidos também causam expectativa na conferência da ONU sobre mudança climática no Egito (COP27). Atualmente, os ativistas pedem ao governo do presidente Joe Biden que acelere as transformações em seu país. Os ambientalistas americanos se mostraram aliviados com o fato de que o enorme investimento climático de US$ 370 bilhões de Biden não será desmantelado por um Congresso que parece nitidamente dividido. Biden deve falar na assembleia da COP27 nesta sexta-feira (11).
O diretor do grupo americano de programa de Justiça Energética do Centro para Diversidade Biológica, Jean Su, afirmou que o maior erro de Biden será caso ele não aproveitar a oportunidade única de se tornar um 'presidente climático'. Segundo ele, o presidente dos EUA precisa usar seus poderes como Chefe do Executivo para declara uma emergência climática. Su expressou, porém, sua satisfação com o resultado esperançoso de muitos candidatos que fizeram campanha com o clima como parte de sua agenda.
Nestas eleições de meio mandato, os republicanos esperavam uma "maré vermelha" que, no final, aconteceu apenas no estado da Flórida, cenário recente de um furacão devastador, Ian, que deixou bilhões em perdas.
De acordo com a diretora de Política Climática do "think tank" Center for American Progress, Frances Colon, disse que há muitos campeões climáticos que venceram em vários estados. Para ela, é necessário que os políticos que ganharem aproveitem o momento para fazer mais políticas voltadas para a preservação do meio ambiente.
"Os republicanos fizeram campanha contra a inflação e contra o aumento dos preços do petróleo", apontou Colon.
Em sua opinião, porém, negar a mudança climática não foi muito bom para eles. Os republicanos não serão, em princípio, capazes de reverter o grande programa legislativo de Biden, a Lei de Redução da Inflação. Para ela, o que há de esperar é que a oposição tente retardar as possíveis novas legislações.
Os ativistas reconheceram que uma vitória republicana na Câmara de Representantes comprometeria a promessa de Biden de contribuir com US$ 11,4 bilhões para o fundo de US$ 100 bilhões que os países ricos deveriam dar, todos os anos, aos países em desenvolvimento para enfrentar as mudanças climáticas.
Na opinião de Colon, os democratas precisam aprovar a legislação antes que o novo Congresso tome posse em janeiro. Após essa última intensa campanha, todos os olhos se voltam agora para a eleição presidencial de 2024, na qual o ex-presidente Donald Trump parece determinado a concorrer. O ex-presidente retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris em 2017, decisão que Biden reverteu assim que assumiu o poder.
O Sierra Club, uma das organizações mais antigas dos Estados Unidos, apoiou publicamente alguns candidatos nestas eleições, e já se prepara para 2024, assegurou. Alguns ativistas são mais críticos em relação aos Estados Unidos.
"Sabemos como foi difícil, não apenas para os Estados Unidos, mas para o mundo inteiro", disse o presidente do Sierra Club, uma importante organização ambientalista, Ramon Cruz.
O especialista da Climate Action Network, Harjeet Singh, enunciou que Washington há anos se opõe às tentativas de criar um fundo de "perdas e danos", pelo qual os principais poluidores compensariam os países em desenvolvimento pela destruição causada por desastres climáticos.
"Agiram de má-fé, além dessas eleições", estimou Singh. "Temos que olhar para o papel dos Estados Unidos além desta eleição. Cabe aos Estados Unidos mudarem de direção e serem mais construtivos", acrescentou.
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