Gustavo PetroFederico Parra / AFP
Publicado 10/11/2022 15:39
A Comissão Global sobre Políticas de Drogas, formada por ex-presidentes latino-americanos e outros líderes mundiais, aplaudiu o esforço do governo colombiano para reverter a guerra ao narcotráfico, que está em queda. A proposta atual é de regulamentar legalmente todas as drogas.
"A única esperança que temos no momento é a Colômbia. O presidente Petro pode ser muito exemplar para outros países latino-americanos para que reconsiderem suas políticas profundamente conservadoras, retrógradas e inúteis nesta questão", comentou o ex-presidente mexicano Ernesto Zedillo durante a apresentação do relatório.
Após os primeiros cem dias do governo Petro, que assumiu o poder em 7 de agosto, o grupo internacional e independente propôs "a regulamentação legal de todas as drogas atualmente consideradas ilegais, começando pela maconha, seguida pela folha de coca e cocaína", segundo o relatório.
Reunidos em Bogotá, os líderes apoiaram a proposta do presidente de esquerda de abandonar a abordagem repressiva promovida há meio século pelos Estados Unidos, que não conseguiu extinguir o narcotráfico ou a violência.
"A Colômbia tem sido a maior vítima desta política de proibição" desde "a guerra declarada pelo presidente Nixon"  às drogas, que foi um "fracasso total", declarou o ex-presidente da Colômbia e Prêmio Nobel da Paz, Juan Manuel Santos.
Ex-presidente do maior produtor de cocaína do mundo, Santos reconheceu que sua política de erradicação de cultivos de drogas fracassou e observou que "o consumo e o tráfico de drogas jamais serão eliminados, mas podem ser minimizados e controlados". Em 2021, a Colômbia superou o recorde histórico de cultivos de drogas com 204.000 hectares, um aumento de 43% em um ano, segundo a ONU.
Os Estados Unidos continuam sendo o maior consumidor das drogas produzidas pela Colômbia. A Comissão também propôs trabalhar no respeito aos direitos humanos e separar a política antidrogas da agenda de segurança militar.
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