Jean-Pierre Ricard, de 78 anosAFP
Publicado 11/11/2022 16:18
O Vaticano anunciou nesta sexta-feira, 11, a abertura de uma investigação sobre o cardeal francês Jean-Pierre Ricard, de 78 anos, que confessou em uma carta ter mantido uma conduta "reprovável" com uma menina de 14 anos há 35 anos.
"Com base nos elementos que surgiram (...) depois da declaração do cardeal Jean-Pierre Ricard e com o objetivo de concluir a análise do ocorrido, decidiu-se pela abertura de uma 'investigatio previa' (investigação prévia)" sobre o ex-arcebispo de Bordeaux, informou o diretor do escritório de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.
Na terça-feira, 8, a Justiça francesa abriu uma investigação preliminar para verificar os elementos dessa "revelação", assinalou o Ministério Público de Marselha, que, no entanto, detalhou não ter apresentado qualquer denúncia relacionada com o religioso até este momento.
O caso do cardeal Ricard, que se aposentou em 2019, provocou um novo terremoto na Igreja Católica francesa, um ano depois da publicação de um relatório que estimava que aproximadamente 216 mil menores foram vítimas de abusos por religiosos católicos na França entre 1950 e 2020.
Em uma carta lida na segunda-feira, 7, pelo presidente da Conferência Episcopal francesa, Éric de Moulins-Beaufort, o ex-arcebispo de Bordeaux confessou que se comportou "de forma reprovável com uma menina de 14 anos" há 35 anos, quando era pároco em Marselha.
"Meu comportamento causou, necessariamente, consequências graves e duradouras nessa pessoa", escreveu o clérigo, que anunciou estar à disposição da Justiça, tanto a civil como a canônica, e que pedia "perdão" à vítima.
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