Publicado 14/11/2022 11:57 | Atualizado 14/11/2022 11:58
O ex-presidente Donald Trump deve anunciar, nesta terça-feira (15), uma nova candidatura à presidência dos Estados Unidos, ignorando os apelos de dentro do Partido Republicano para que volte atrás devido ao mau desempenho dos candidatos leais ao magnata nas eleições de meio de mandato.
O bilionário de 76 anos convocou a imprensa a comparecer à sua mansão da Flórida para um "grande anúncio" às 21h00 de terça-feira (23h00 em Brasília).
"O presidente Trump vai anunciar na terça-feira que será candidato a presidente", disse Jason Miller, um de seus assessores, que previu que seu discurso será "muito profissional, muito formal".
Na campanha para as eleições de meio de mandato da última terça, nas quais se previa uma derrota dos democratas, Trump tornou a negação dos resultados das eleições de 2020 uma espécie de prova de fogo para que os candidatos obtivessem o seu apoio.
Mas as previsões de uma "onda vermelha" republicana não se materializaram, pois não conseguiram maioria no Senado e na Câmara dos Representantes, onde ainda há apuração, espera-se que os republicanos consigam uma maioria ínfima.
Esses resultados encorajaram os opositores republicanos de Trump e minaram a maior parte de seu impulso político.
A resposta de Trump foi dobrar a aposta em suas afirmações infundadas de fraude eleitoral nas eleições de meio de mandato. Ele disse em sua plataforma Truth Social que os resultados foram um "escândalo" e responsabilizou o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, pelo mau desempenho.
"É culpa de Mitch McConnell", atacou Trump, ao acrescentar que o senador de Kentucky havia alocado mal os recursos da campanha e seguiu uma agenda legislativa defeituosa.
"Ele arruinou as 'midterms' e todos o desprezam", acrescentou Trump, que está em rota de colisão com McConnell há muito tempo.
O anúncio de amanhã é considerado por muitos como uma forma de minar o apoio a possíveis rivais nas prévias republicanas, como Ron DeSantis, o governador da Flórida reeleito por ampla margem e estrela em ascensão do partido, que também ganhou o apoio do império midiático conservador de Rupert Murdoch.
Uma nova candidatura de Trump à Casa Branca também poderia ser obstaculizada pelas múltiplas investigações judiciais contra o magnata, o que poderia resultar em sua desabilitação política.
Entre elas estão acusações de fraude contra sua empresa familiar, sobre o seu papel no ataque de 6 de janeiro contra o Capitólio e a respeito do manejo inadequado de documentos classificados em sua residência particular da Flórida, que foi alvo de diligências do FBI em agosto.
Mas o ex-presidente não é um novato no que diz respeito a escândalos e sobreviveu a dois procedimentos de impeachment no Congresso.
As eleições de 2024 também poderiam ser uma repetição das de 2020, já que Biden reiterou na quarta-feira que tem a intenção de concorrer à reeleição, mas esclareceu que apenas tomará uma decisão final em 2023.
Apesar dos resultados sólidos das eleições de meio mandato, alguns democratas pedem que Biden não tente a reeleição por sua idade avançada e falta popularidade.
cjc/des/dw/yow/dga/rpr
Leia mais