Artemis I decolou nesta quarta-feira, 16Gregg Newton / AFP
Publicado 16/11/2022 13:26
O foguete SLS (Space Launch System, Sistema de Lançamento Espacial) da Nasa, o mais potente do mundo, decolou da Flórida nesta quarta-feira (16) com destino à Lua. Essa é a primeira missão sem tripulação do programa Artemis da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa).
O foguete subiu, gerando uma gigantesca bola de fogo, à 1h47 local (3h47 de Brasília), do Centro Espacial Kennedy.
Mais tarde, a Nasa confirmou que a espaçonave estava no caminho certo para a Lua e publicou as primeiras imagens tiradas pela cápsula da Terra que se distanciava lentamente atrás dela.
"O que foi feito hoje vai inspirar as gerações futuras, obrigada!", disse Charlie Blackwell-Thompson, a primeira mulher diretora de lançamento da Nasa, ao parabenizar seus colegas de equipe.
O lançamento ocorreu após dois cancelamentos de última hora nos últimos meses: primeiro, devido a problemas técnicos e, depois, os furacões Ian e Nicole atrasaram a decolagem por várias semanas.
"Este foguete custou muito suor e lágrimas", declarou o diretor da Nasa, Bill Nelson, na terça-feira (15). "Nos permitirá voar até a Lua e voltar durante décadas", afirmou.
Assim como nas duas tentativas frustradas anteriores de decolagem, a Nasa teve dificuldades para abastecer o foguete com combustível criogênico. São mais de 2,7 milhões de litros de hidrogênio e de oxigênio líquidos.
Durante a tarde, foi detectado um vazamento de combustível de hidrogênio, altamente inflamável, na base do foguete, o que forçou o envio de uma equipe de técnicos à plataforma de lançamento para fazer reparos. O incidente interrompeu os preparativos durante quase uma hora e provocou um pequeno atraso no programa original de lançamento.
Cinquenta anos depois da última missão Apolo, este voo de teste não tripulado, que sobrevoará a Lua sem pousar em sua superfície, busca confirmar se o veículo é seguro para transportar uma futura tripulação.
O lançamento marca o grande início do programa Artemis - a irmã gêmea de Apolo -, que quer enviar a primeira mulher e o primeiro negro à Lua. O objetivo é estabelecer uma presença humana duradoura lá, em preparação para uma viagem a Marte.
A missão Artemis 1 está programada para durar 25 dias, e várias etapas delicadas ainda estão por vir.
Nesta quarta-feira, imediatamente após o lançamento, as equipes do centro de controle de Houston (Texas) assumiram o controle. Após dois minutos, os dois propulsores brancos caíram no Atlântico. Após oito minutos, a fase principal se separou do foguete. Quase hora e meia após a decolagem, um último impulso da fase superior colocará a cápsula Orion a caminho da Lua, aonde chegará em alguns dias.
A cápsula permanecerá em uma órbita distante, por quase uma semana, aventurando-se por até 64.000 quilômetros no lado oculto da Lua, um recorde para uma cápsula habitável. Depois, a Orion iniciará o retorno à Terra e testará seu escudo térmico, o maior já construído. Ao atravessar a atmosfera, a cápsula terá de suportar temperaturas que alcançam metade da temperatura da superfície do Sol.
O pouso no Oceano Pacífico está previsto para 11 de dezembro. Depois do foguete Saturn V das missões Apollo e após os ônibus espaciais, o SLS inaugura uma nova era de exploração humana, desta vez do espaço profundo.
Em 2024, Artemis 2 levará os astronautas à Lua, mas sem pousar no satélite. Esta honra será reservada para a tripulação do Artemis 3, provavelmente em 2025.
A Nasa planeja ter uma missão anual para construir uma estação espacial em órbita ao redor da Lula e uma base em seu polo sul. O objetivo é testar novos equipamentos como trajes, veículos, uma minicentral elétrica, ou testar o uso de água gelada no local. Tudo isto com o objetivo de estabelecer uma presença humana duradoura.
O experimento tem a meta de preparar um voo tripulado para Marte, talvez no fim da década de 2030. Esta viagem, de uma escala completamente diferente, demoraria pelo menos dois anos para ser concluída.

 
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