Publicado 19/11/2022 18:30
Dezenas de milhares de pessoas se manifestaram em Paris e outras grandes cidades francesas neste sábado (19) para exigir uma legislação que acabe com a "impunidade" para qualquer tipo de agressão motivada por questões de gênero.
Cinco anos após o surgimento do movimento #MeToo, cerca de 90 associações, sindicatos e partidos políticos de esquerda convocaram grandes manifestações em defesa da mulher.
Cinco anos após o surgimento do movimento #MeToo, cerca de 90 associações, sindicatos e partidos políticos de esquerda convocaram grandes manifestações em defesa da mulher.
Em Paris, 80.000 pessoas - segundo os organizadores - marcharam da Praça da República até a Praça da Nação, observou um jornalista da AFP.
"Somos fortes e orgulhosas. Somos feministas, somos radicais e estamos com raiva", gritavam as manifestantes, enquanto outros repetiam "Metoo em todo lugar, justiça em lugar nenhum".
Os cartazes na cor roxa traziam lemas como "Macho dominante, quem você acha que é?", "Deter a cultura do estupro" e "Acreditar nas vítimas salva vidas".
"O que nos enfurece é a impunidade dos agressores e os maus-tratos às vítimas", disse à AFP Maëlle Noir, membro do #NousToutes (Nós todas), que coordena a organização das passeatas.
"Nós nos manifestamos para prestar homenagem às vítimas", insistiu Sandrine Bouchait, da União Nacional de Famílias de Feminicídios (UNFF), para quem "os feminicídios são o topo da pirâmide da violência sexual e sexista" e cuja associação solicita "um estatuto de vítimas com acompanhamento psicológico e financeiro" para os familiares.
Antes de 25 de novembro
As associações exigem um orçamento público de dois bilhões de euros por ano, além de uma lei que estabeleça "brigadas e jurisdições especializadas", auxílio financeiro para a "proteção das mulheres vítimas", a criação de 15.000 novos locais de abrigo e reforço da educação sobre a vida sexual e afetiva na escola.
A ministra francesa responsável pela igualdade entre homens e mulheres, Isabelle Rome, lembrou à rádio RMC que está aberta à instituição de uma polícia e Justiça especializadas, tema sobre o qual está sendo preparada uma missão parlamentar.
Quanto aos recursos financeiros, "não pararam de aumentar" para atingir "um montante global de 2,4 bilhões de euros", apontou, reconhecendo que este valor não é "especificamente" dedicado ao combate à violência.
A convocação de manifestações antes de 25 de novembro, dia mundial de combate à violência contra as mulheres, ocorreu em várias cidades francesas. Em Rennes, a manifestação reuniu cerca de 2.500 pessoas, segundo o Ministério do Interior.
No total, o ministério contabilizou em 13.600 as pessoas presentes em 39 manifestações no país. Em Lille e Toulouse foram 1.700, acrescentou.
Em Metz, cerca de 280 pessoas, segundo a polícia, se manifestaram com cartazes que diziam, entre outros lemas, "Vão acreditar em mim quando estiver morta?".
Frédéric Planquart, de 46 anos, que participava de sua primeira mobilização feminista em Marselha, considera que este "não se trata apenas de um tema das mulheres, mas também dos homens", embora, segundo ele, "é mais importante agir na vida cotidiana do que se manifestar".
A indignação das organizações feministas é alimentada pelo alto número de feminicídios, que somam 100 desde o começo do ano, segundo um coletivo, contra 122 no ano passado, segundo números oficiais, e pela reticência do mundo político em excluir alguns dirigentes acusados de violência contra as mulheres.
Entre 2017 e 2021, o número de estupros ou tentativas de estupro registrados pelo ministério do Interior francês dobrou, passando de 16.900 para 34.300.
"Somos fortes e orgulhosas. Somos feministas, somos radicais e estamos com raiva", gritavam as manifestantes, enquanto outros repetiam "Metoo em todo lugar, justiça em lugar nenhum".
Os cartazes na cor roxa traziam lemas como "Macho dominante, quem você acha que é?", "Deter a cultura do estupro" e "Acreditar nas vítimas salva vidas".
"O que nos enfurece é a impunidade dos agressores e os maus-tratos às vítimas", disse à AFP Maëlle Noir, membro do #NousToutes (Nós todas), que coordena a organização das passeatas.
"Nós nos manifestamos para prestar homenagem às vítimas", insistiu Sandrine Bouchait, da União Nacional de Famílias de Feminicídios (UNFF), para quem "os feminicídios são o topo da pirâmide da violência sexual e sexista" e cuja associação solicita "um estatuto de vítimas com acompanhamento psicológico e financeiro" para os familiares.
Antes de 25 de novembro
As associações exigem um orçamento público de dois bilhões de euros por ano, além de uma lei que estabeleça "brigadas e jurisdições especializadas", auxílio financeiro para a "proteção das mulheres vítimas", a criação de 15.000 novos locais de abrigo e reforço da educação sobre a vida sexual e afetiva na escola.
A ministra francesa responsável pela igualdade entre homens e mulheres, Isabelle Rome, lembrou à rádio RMC que está aberta à instituição de uma polícia e Justiça especializadas, tema sobre o qual está sendo preparada uma missão parlamentar.
Quanto aos recursos financeiros, "não pararam de aumentar" para atingir "um montante global de 2,4 bilhões de euros", apontou, reconhecendo que este valor não é "especificamente" dedicado ao combate à violência.
A convocação de manifestações antes de 25 de novembro, dia mundial de combate à violência contra as mulheres, ocorreu em várias cidades francesas. Em Rennes, a manifestação reuniu cerca de 2.500 pessoas, segundo o Ministério do Interior.
No total, o ministério contabilizou em 13.600 as pessoas presentes em 39 manifestações no país. Em Lille e Toulouse foram 1.700, acrescentou.
Em Metz, cerca de 280 pessoas, segundo a polícia, se manifestaram com cartazes que diziam, entre outros lemas, "Vão acreditar em mim quando estiver morta?".
Frédéric Planquart, de 46 anos, que participava de sua primeira mobilização feminista em Marselha, considera que este "não se trata apenas de um tema das mulheres, mas também dos homens", embora, segundo ele, "é mais importante agir na vida cotidiana do que se manifestar".
A indignação das organizações feministas é alimentada pelo alto número de feminicídios, que somam 100 desde o começo do ano, segundo um coletivo, contra 122 no ano passado, segundo números oficiais, e pela reticência do mundo político em excluir alguns dirigentes acusados de violência contra as mulheres.
Entre 2017 e 2021, o número de estupros ou tentativas de estupro registrados pelo ministério do Interior francês dobrou, passando de 16.900 para 34.300.
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