Publicado 24/11/2022 19:15
Uma jornalista que alega que Donald Trump a estuprou na década de 1990 apresentou um processo atualizado, nesta quinta-feira (24), com base em uma nova lei que protege vítimas de abuso sexual décadas depois do ocorrido.
Os advogados de E. Jean Carroll agiram minutos depois da entrada em vigor da lei do estado de Nova York que permite que as vítimas processem seus agressores sem prazo de prescrição. A jornalista, de 78 anos, iniciou uma ação civil federal contra Trump por difamação em novembro de 2019, processo que está em curso. As duas partes prestaram depoimentos a um juiz em outubro.
A nova ação judicial de Carroll, escritora e ex-colunista da revista Elle, acusa Trump de agressão, "quando a estuprou e a apalpou à força", e de difamação em uma publicação em sua rede Truth Social no mês passado, em que negou as alegações.
A autora busca reparação por danos compensatórios e punitivos não especificados por prejuízos psicológicos, dor e sofrimento, perda de dignidade e danos à sua reputação. O processo anterior está previsto para a ir a julgamento no início de 2023. O juiz pode decidir incluir as novas reivindicações.
Caroll fez sua primeira denúncia em um livro de 2019, afirmando que o ex-presidente americano havia a estuprado em um provador da Bergdorf Goodman, uma luxuosa loja em Nova York, no fim de 1995 ou começo de 1996.
Mas até a entrada em vigor da Lei de Sobreviventes Adultos de Nova York, nesta quinta, ela não podia apresentar a ação por agressão devido à data em que teria ocorrido.
Trump disse se tratar de uma "mentira total", argumentando que sequer conhecia Carroll e que ela não era "seu tipo".
A advogada do magnata republicano no caso, Alina Habba, afirmou que respeita e admira quem está usando a nova lei, mas que "este caso, infelizmente, é um abuso do propósito" da medida.
Em e-mail à AFP, Habba disse que "cria um precedente terrível que corre o risco de deslegitimar a credibilidade das vítimas reais". Em sua denúncia atualizada, a jornalista reiterou que se manteve em silêncio por mais de 20 anos por medo de represálias, mas mudou de ideia após o surgimento do movimento #MeToo em 2017.
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