Publicado 26/11/2022 15:54
Um rapper iraniano detido no final de outubro, após manifestar o seu apoio aos protestos contra o regime, pode ser condenado à morte ao final de um processo que começou neste sábado (26), informaram seus familiares no Twitter.
O Irã é palco de um movimento de protesto desencadeado em 16 de setembro pela morte da jovem Mahsa Amini, uma curda-iraniana de 22 anos detida pela polícia da moralidade em Teerã. As autoridades denunciam esses protestos como "distúrbios" promovidos pelo Ocidente.
Pelo menos 416 pessoas morreram na repressão às manifestações, segundo balanço mais recente divulgado pela ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega, enquanto 15 mil foram detidas, de acordo com o relator especial da ONU para o Irã.
Toomaj Salehi "corre sério perigo", escreveram parentes do rapper em sua conta no Twitter. "Seu julgamento está ocorrendo a portas fechadas" e sem representação legal, acrescentaram. O rapper é acusado de ser "inimigo de Deus" e por "corrupção na terra", crimes puníveis com pena de morte.
No dia 2 de novembro, a agência oficial de notícias Irna publicou um vídeo no qual Salehi estava com os olhos vendados e dizia ter "cometido um erro". Pouco antes de sua prisão, o rapper concedeu uma entrevista crítica sobre o regime à rede canadense CBC.
"É uma máfia disposta a matar toda a nação para preservar o seu poder, o seu dinheiro e as suas armas", denunciou na ocasião.
A justiça iraniana já proferiu seis sentenças de morte desde que os protestos começaram em meados de setembro, mas esse número deve aumentar, já que pelo menos 21 pessoas estão sendo julgadas por crimes capitais, segundo a Anistia Internacional.
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