Publicado 01/12/2022 19:15
O diretor de uma penitenciária do Equador, que há duas semanas foi cenário de um massacre entre presos que disputam o controle do tráfico de drogas, morreu em um atentado em Quito nesta quinta-feira (1), informou o órgão estatal responsável pelas prisões, SNAI.
O coronel reformado da polícia, Santiago Loza, "foi vítima de um atentado mortal", assinalou o SNAI em comunicado.
Loza, que foi assassinado em uma aparente emboscada em uma via periférica de Quito, segundo a mídia local, assumiu, em 9 de novembro, o cargo de diretor da penitenciária conhecida como Pichincha 1 da capital equatoriana, que abriga cerca de 1.300 detentos.
No dia 18 de novembro, dez presos morreram nessa mesma penitenciária, em meio a um conflito que começou depois da transferência de líderes dos detentos para uma prisão de segurança máxima em Guayaquil (sudoeste).
"Repudiamos este ato covarde cometido no meio do processo de transformação que empreendemos como instituição para a segurança e o controle dos centros de privação de liberdade", acrescentou o SNAI.
Grupos vinculados ao narcotráfico mantêm uma guerra pelo poder dentro e fora das prisões no país andino. Mais de uma dezena de massacres ocorreram em diversas penitenciárias do Equador desde fevereiro de 2021, que já deixaram 400 presos mortos. Algumas delas passaram a figurar entre as piores rebeliões da América Latina.
Após o assassinato de Loza, o diretor do SNAI, Guillermo Rodríguez, pediu a união de todas as instituições do Estado contra o crime organizado.
"Queremos um país ajoelhado diante da criminalidade, diante do narcotráfico, diante da violência, ou queremos um país que possa ter um bom futuro?", disse o funcionário em uma declaração divulgada pelo SNAI.
Situado entre Colômbia e Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, o Equador enfrenta um aumento da violência provocada pelo narcotráfico, que inclui a morte de promotores e policiais.
Em 2021, o país apreendeu o recorde anual de 210 toneladas da droga e, no decorrer deste ano, as apreensões chegam a 170 toneladas. Na segunda-feira (28), o SNAI incorporou cerca de 1.500 novos guardas penitenciários para reforçar a vigilância nas prisões equatorianas.
Diante da ofensiva das organizações criminosas, que detonaram carros-bomba no início de novembro, o presidente Guillermo Lasso decretou o estado de exceção em três das 24 províncias equatorianas, que são as mais afetadas pela violência.
Essa medida, que vigorará até meados de dezembro, permitiu ao governo mobilizar os militares nas ruas das províncias de Guayas, Esmeraldas e Santo Domingo de los Tsáchilas - onde vivem seis dos 18 milhões de habitantes do país - e ordenar o toque de recolher noturno.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.