Cristina Kirchner é acusada, junto com outras 12 pessoas, de irregularidade na adjudicação de obras públicas na província de Santa CruzReprodução da internet
Publicado 06/12/2022 14:30
Buenos Aires - A Justiça argentina anunciará nesta terça-feira, 6, se absolve ou condena à prisão a vice-presidente Cristina Kirchner, em um processo por suposta corrupção quando foi presidente (2007-2015) e cujo veredicto terá um forte impacto político. A última audiência teve início às 09h30, no horário local (12h30 de Brasília), com as declarações finais de um dos 13 réus. Em seguida, o tribunal declarou o debate oficialmente encerrado.
"O tribunal procederá à deliberação e convoco as partes às 17h30 do dia do anúncio da sentença", disse o presidente do tribunal, Jorge Gorini.
Mesmo que seja condenada, Kirchner não irá para a prisão por ter privilégios.
Esta será uma decisão de primeira instância que abre um longo caminho de recursos antes de ser finalizada, o que lhe permitiria concorrer a qualquer cargo nas eleições gerais de 2023.
Mas "a sentença terá um forte impacto político", comentou à AFP o analista Rosendo Fraga, ainda que "a possibilidade de ela ser presa por esta condenação seja inexistente".
Desde o início do julgamento, em 2019, a ex-presidente de 69 anos sustenta que sua sentença "está escrita com antecedência" e denuncia que se trata de "um julgamento político".
Kirchner é acusada, junto com outras 12 pessoas, pela suposta irregularidade na adjudicação de obras públicas na província de Santa Cruz (sul) durante seus dois mandatos como presidente (2007-2015).
A Promotoria pediu 12 anos de prisão para ela, por considerá-la "chefe de uma associação ilícita" e por fraude, além de pedir desqualificação política para o exercício de cargos públicos.
Kirchner afirmou que mesmo com uma condenação, continuará na política.
"Nunca vou abrir mão da minha opinião e de dizer o que acho que precisa ser feito para sair e construir um país melhor para o nosso povo", alertou.
Em suas declarações finais perante o tribunal, Kirchner acusou os juízes de terem "inventado e deturpado" os fatos. "Isto é um pelotão de fuzilamento", acusou.
A defesa também questiona a figura criminosa de associação ilícita sobre a qual a Promotoria construiu sua acusação. Se o tribunal considerar apenas a figura da fraude, a pena máxima é reduzida para 6 anos de prisão. Em ambos os casos, aplica-se a desqualificação perpétua para o exercício de cargos públicos.
"É muito difícil fundamentar uma sentença. Se existe lei, e este é o Estado de direito, ela tem que ser absolvida", disse um dos advogados da vice-presidente, Gregorio Dalbón, na segunda-feira.
Publicidade
Leia mais