Fome afeta 56,5 milhões de pessoas na América Latina, 13,2 milhões a mais que em 2019

O aumento da inflação dos alimentos e da pobreza extrema é um dos fatores que aumentam a insegurança alimentar e a fome

Fome afeta 56,5 milhões de pessoas na América Latina, 13,2 milhões a mais que em 2019Freepik
Publicado 06/12/2022 17:35 | Atualizado 06/12/2022 17:35
Entre 2019 e 2021, o número de pessoas em situação de fome aumentou em 13,2 milhões, atingindo 56,5 milhões, na América Latina e Caribe, devido à alta dos alimentos e ao aumento da pobreza extrema, informa nesta terça-feira (6) um relatório da Cepal, FAO e PAM.
O relatório foi apresentado nesta terça-feira pelas três instituições da ONU na sede da Cepal, em Santiago, e foi elaborado "em resposta à crise alimentar mundial". Enquanto isso, em 2021, a insegurança alimentar afetou 40,6% da população da América Latina e do Caribe.
Um total de 267,7 milhões de pessoas foram afetadas; 62,5 milhões a mais que em 2019. Segundo o relatório, "o aumento da inflação dos alimentos e da pobreza extrema é um dos fatores que aumentam a insegurança alimentar e a fome".
A inflação dos alimentos "aumenta o risco de fome" e a alta do preço internacional dos produtos básicos, cujo aumento médio chegou a 11,7% em setembro passado, é repassada aos consumidores. A alta dos preços atinge os setores mais pobres da região e aumenta o risco de problemas no acesso a uma alimentação saudável.
"Apesar de ter um superávit comercial agrícola significativo, a região da América Latina e Caribe está exposta a problemas de produção e comercialização e aumentos de preços decorrentes da guerra na Ucrânia", disse José Manuel Salazar-Xirinachs, secretário-executivo da Cepal.
Segundo o estudo, a maioria dos países da região importa grandes quantidades de trigo, milho e óleos vegetais, o que aumenta os riscos relacionados à guerra. O relatório acrescenta que 26 países são altamente dependentes das importações de trigo, enquanto 13 são altamente dependentes das importações de milho.
Somente a Argentina é exportadora líquida de produtos agrícolas, enquanto a sub-região do Caribe é importadora líquida de praticamente todos eles. Além disso, a Cepal estima que a incidência da pobreza extrema na região aumentará 0,2 ponto percentual em 2022 e pode atingir 81,8 milhões de pesans-Regular,sans-serif;padding:0;font-size:15px}.relacionadas-content .list-related-widget{display:-webkit-box;display:-ms-flexbox;display:flex;-webkit-box-align:start;-ms-flex-align:start;align-items:start}.relacionadas-content .related{display:-webkit-box;display:-ms-flexbox;display:flex;-webkit-box-orient:vertical;-webkit-box-direction:normal;-ms-flex-direction:column;flex-direction:column;-webkit-box-pack:center;-ms-flex-pack:center;justify-content:center;-webkit-box-align:center;-ms-flex-align:center;align-items:center;width:100%}.relacionadas-content .related figure{display:-webkit-box;display:-ms-flexbox;display:flex;font-size:0;overflow:hidden;position:relative;-webkit-box-align:center;-ms-flex-align:center;align-items:center;background-size:cover;margin-bottom:0;background:-webkit-gradient(linear,left top,left bottom,color-stop(66%,#f2f2f2),to(rgba(242,242,242,0)));background:linear-gradient(#f2f2f2 66%,rgba(242,242,242,0));margin-left:4%;min-height:inherit;margin-right:0}.relacionadas-content .related figure:after{pointer-events:none;content:"";position:absolute;top:0;left:0;width:100%;height:100%;background:#000;opacity:0;-webkit-transition:opacity .35s;transition:opacity .35s}.gallery__image-view{margin-bottom:30px}.relacionadas-content .related figure img{width:100%;display:block;position:absolute}.relacionadas-content .list-related-widget{-webkit-box-orient:vertical;-webkit-box-direction:normal;-ms-flex-direction:column;flex-direction:column}.relacionadas-content .related a{display:-webkit-box;display:-ms-flexbox;display:flex;-webkit-box-align:center;-ms-flex-align:center;align-items:center;-webkit-box-orient:horizontal;-webkit-box-direction:reverse;-ms-flex-direction:row-reverse;flex-direction:row-reverse;width:100%}.relacionadas-content .caption-related{-webkit-box-flex:1;-ms-flex:1;flex:1}.relacionadas-content .list-related-widget .related+.related{margin:20px 0 0;border-top:1px solid #dfdfdf;padding-top:20px}.policy-cookies-banner{display:-webkit-box;display:-ms-flexbox;display:flex;-webkit-box-pack:center;-ms-flex-pack:center;justify-content:center;background-color:rgba(64,64,64,.9);-webkit-box-shadow:0 8px 6px 0 rgba(0,0,0,.45);box-shadow:0 8px 6px 0 rgba(0,0,0,.45);overflow:hidden;-ms-flex-wrap:wrap;flex-wrap:wrap;-webkit-box-align:center;-ms-flex-align:center;align-items:center;border-radius:5px;padding:34px;margin:10px;-webkit-box-sizing:border-box;box-sizing:border-box}.policy-cookies-banner .data-wrap{text-align:center}.policy-cookies-banner .data-wrap .title{color:#fff;margin-bottom:15px;font-size:18px;letter-spacing:-.0085rem}.policy-cookies-banner .data-wrap .description{color:#fff;font-size:13px;letter-spacing:-.0035rem;line-height:1.4}.policy-cookies-banner .data-wrap .description a{font-weight:700;text-decoration:underline;color:#fff}.policy-cookies-banner .data-wrap+.action{margin-left:50px}.policy-cookies-banner .action .btn--amarelo{color:rgba(64,64,64,.9)}@media all and (max-width:727px){.policy-cookies-banner .flex{-webkit-box-orient:vertical;-webkit-box-direction:normal;-ms-flex-direction:column;flex-direction:column}.policy-cookies-banner .data-wrap+.action{margin-left:0;margin-top:30px}.policy-cookies-banner{max-width:310px}}

Fome afeta 56,5 milhões de pessoas na América Latina, 13,2 milhões a mais que em 2019

O aumento da inflação dos alimentos e da pobreza extrema é um dos fatores que aumentam a insegurança alimentar e a fome

Fome afeta 56,5 milhões de pessoas na América Latina, 13,2 milhões a mais que em 2019Freepik
Publicado 06/12/2022 17:35 | Atualizado 06/12/2022 17:35
Entre 2019 e 2021, o número de pessoas em situação de fome aumentou em 13,2 milhões, atingindo 56,5 milhões, na América Latina e Caribe, devido à alta dos alimentos e ao aumento da pobreza extrema, informa nesta terça-feira (6) um relatório da Cepal, FAO e PAM.
O relatório foi apresentado nesta terça-feira pelas três instituições da ONU na sede da Cepal, em Santiago, e foi elaborado "em resposta à crise alimentar mundial". Enquanto isso, em 2021, a insegurança alimentar afetou 40,6% da população da América Latina e do Caribe.
Um total de 267,7 milhões de pessoas foram afetadas; 62,5 milhões a mais que em 2019. Segundo o relatório, "o aumento da inflação dos alimentos e da pobreza extrema é um dos fatores que aumentam a insegurança alimentar e a fome".
A inflação dos alimentos "aumenta o risco de fome" e a alta do preço internacional dos produtos básicos, cujo aumento médio chegou a 11,7% em setembro passado, é repassada aos consumidores. A alta dos preços atinge os setores mais pobres da região e aumenta o risco de problemas no acesso a uma alimentação saudável.
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Segundo o estudo, a maioria dos países da região importa grandes quantidades de trigo, milho e óleos vegetais, o que aumenta os riscos relacionados à guerra. O relatório acrescenta que 26 países são altamente dependentes das importações de trigo, enquanto 13 são altamente dependentes das importações de milho.
Somente a Argentina é exportadora líquida de produtos agrícolas, enquanto a sub-região do Caribe é importadora líquida de praticamente todos eles. Além disso, a Cepal estima que a incidência da pobreza extrema na região aumentará 0,2 ponto percentual em 2022 e pode atingir 81,8 milhões de pes,'appnexus':{'placementId':'21356442'},'navegg':{'NVG_ACC':'53725'}},'timeoutMillis':750}" data-enable-refresh="30">
entos e insumos essenciais, como fertilizantes para a agricultura regional.
"A fome aumentou 30% na região entre 2019 e 2021. A alta dependência da importação de fertilizantes e a variação dos preços dos alimentos têm um impacto negativo e inevitável nos meios de subsistência, principalmente da população rural, e no acesso a uma alimentação saudável", ressaltou Mario Lubetkin, representante regional da FAO.
Assim como aconteceu com os alimentos básicos, os preços dos fertilizantes nitrogenados e fosfatados já haviam subido consideravelmente ao longo de 2021, afetando a agricultura da região. No Brasil, por exemplo, os fertilizantes representaram 19% dos custos de produção das culturas anuais. Ao somar os agroquímicos e o combustível, chega-se a uma média de mais de 40% dos custos.
Os países latino-americanos "importam cerca de 85% dos fertilizantes que usam. Nenhuma outra região do mundo depende tanto da importação de fertilizantes e, especialmente, nenhuma outra que produza e exporte tantos alimentos", diz o relatório.
Lubetkin recomendou o fortalecimento dos sistemas de proteção social nas áreas rurais, especialmente voltados para os agricultores familiares, e a eliminação das restrições ao comércio internacional de alimentos e fertilizantes, pois serão medidas fundamentais no processo de resposta à crise atual.
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