Publicado 06/12/2022 18:48
O presidente Volodimir Zelensky visitou nesta terça-feira (6) uma localidade do leste da Ucrânia próxima a Bakhmut onde forças de Kiev travam há meses uma batalha contra tropas russas. Zelensky apareceu na entrada da cidade de Sloviansk e cumprimentou, "do fundo do coração", os militares de seu país, por ocasião do Dia das Forças Armadas, mostra um vídeo publicado nas redes sociais.
"O leste da Ucrânia é hoje a frente mais difícil. E me sinto honrado por estar aqui com nossas tropas de defesa no Donbass. Acredito que da próxima vez nos encontraremos em nossas Donetsk e Luhansk ucranianas e também na Crimeia", declarou.
Donetsk e Luhansk compõem a região do Donbass, parcialmente controlada por separatistas pró-Rússia desde 2014, ano em que Moscou anexou a península da Crimeia. A Rússia busca controlar todo o território dessa região mineradora, onde os combates se concentram atualmente, depois de Kiev ter recuperado o controle de Kherson (sul) após quase nove meses de ocupação russa.
Esta não é a primeira vez que Zelensky visita localidades próximas à frente de batalha. Quando ele esteve em Kherson após a sua recaptura, afirmou que essa vitória ucraniana representava "o começo do fim da guerra".
A retirada das tropas russas de Kherson foi a última grande derrota na ofensiva lançada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em 24 de fevereiro contra a ex-república soviética. Sloviansk, localizada cerca de 130 quilômetros ao norte de Donetsk, é uma cidade simbólica porque foi ocupada por vários meses por separatistas pró-russos em 2014 antes de ser recuperada pelas forças ucranianas.
A cidade também está a cerca de 45 quilômetros de Bakhmut, que Moscou tenta conquistar há meses. Mais ao sul, na cidade de Donetsk, o prefeito nomeado por Moscou, Alexei Kulemzin, informou que pelo menos seis pessoas foram mortas em bombardeios ucranianos nesta terça-feira.
Putin convocou seu Conselho de Segurança depois que ataques de drones ucranianos foram relatados em território russo, segundo o Kremlin. Ele discutiu "a segurança interna" de seu país com oficiais do alto escalão.
O objetivo era definir as medidas necessárias para lidar com os últimos ataques, que, segundo a presidência russa, partem da Ucrânia. Horas antes, autoridades russas disseram que um drone havia atacado um aeródromo na região de Kursk, na fronteira com a Ucrânia.
No dia anterior, ações semelhantes foram registradas contra outras duas bases aéreas, uma na região de Ryazan e outra na região de Saratov, onde fica a base de Engels. Ambos os locais estão a centenas de quilômetros da fronteira com a Ucrânia.
Engels é uma base estratégica da Rússia que, segundo Kiev, é usada para atacar a Ucrânia. O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, distanciou-se dos últimos ataques. "Não permitimos que a Ucrânia organize ataques além de suas fronteiras. Não encorajamos a Ucrânia a lançar ataques além de suas fronteiras", assinalou.
Os ataques com drones ocorreram após uma onda de bombardeios russos às instalações de energia da Ucrânia, que deixou milhões de pessoas sem luz no momento das primeiras nevascas. A Rússia voltou a bombardear esse tipo de infraestrutura nesta segunda-feira (5).
Moscou responsabiliza Kiev pelos ataques por se recusar a aceitar as exigências russas. Esses ataques causam "um novo nível de necessidade" para a população, declarou em Nova York Martin Griffiths, diretor da agência humanitária da ONU.
O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, afirmou nesta terça que suas forças usam armas de longo alcance e precisão para atacar instalações militares e "esmagar o potencial militar da Ucrânia".
O ministério russo também anunciou o retorno de 60 militares que estavam detidos na Ucrânia, em uma troca de prisioneiros entre os dois países.
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