57,5% das mais de 17 milhões de contas que responderam se manifestaram a favor da saída de MuskPexels
Publicado 19/12/2022 11:49
A maioria dos participantes de uma pesquisa criada por Elon Musk no Twitter votou nesta segunda-feira (19) a favor da saída do magnata da direção da rede social, cujo controle assumiu há algumas semanas.
Na enquete publicada por Musk em sua conta na rede social, 57,5% das mais de 17 milhões de contas que responderam se manifestaram a favor da saída de Musk, que no domingo perguntou em um tuíte: "Devo renunciar à chefia do Twitter?" e garantiu que cumpriria o resultado.
Musk, que também é dono da montadora Tesla e da empresa de foguetes SpaceX, não reagiu até o momento.
O empresário de origem sul-africana assumiu pessoalmente as rédeas do Twitter em 27 de outubro, após um polêmico acordo de compra da rede social por 44 bilhões de dólares.
Desde então, várias polêmicas surgiram, com a demissão de metade da equipe do Twitter, a reintegração de figuras da extrema direita à plataforma, a suspensão das contas de jornalistas e a tentativa de cobrar por serviços que antes eram gratuitos.
Os analistas também observaram que o preço das ações da Tesla caiu um terço desde que Musk comprou o Twitter.
"É difícil ignorar os números desde que o acordo [do Twitter] foi fechado", tuitou o especialista em investimentos Gary Black, dizendo acreditar que o conselho de administração da Tesla está pressionando Musk a deixar seu cargo no Twitter.
Em conversas com usuários após a publicação de sua última pesquisa, Musk afirmou que não tinha um sucessor em mente e renovou seus alertas de que a plataforma poderia estar à beira da falência.
Musk, um dos homens mais ricos do mundo, perguntou aos usuários do Twitter se eles queriam que ele continuasse comandando a plataforma logo após tentar se livrar de mais uma polêmica.
No domingo, o Twitter anunciou que os usuários da plataforma não poderão mais incluir links para outras redes sociais, como Facebook ou Instagram, em suas publicações. Se o fizessem, estariam sujeitos a sanções.
Horas depois, Musk voltou atrás, dizendo que sua intenção era "suspender contas apenas quando o objetivo 'principal' dessas contas for promover concorrentes".
A tentativa de proibição de postar links para outras redes sociais gerou reclamações e desaprovação e intrigou até o cofundador do Twitter, Jack Dorsey, que apoiou a compra de Musk da plataforma.
Dorsey questionou a nova política com um tuíte conciso: "Por quê?"
O analista Dan Ives, da consultoria Wedbush, classificou a gestão de Musk como uma "tempestade perfeita". Ele destacou a deserção de anunciantes, o que, segundo ele, deixou o Twitter "no vermelho".
Pouco depois de assumir a plataforma, Musk anunciou que o site cobraria 8 dólares por mês para verificar as identidades dos titulares das contas. Mas teve que suspender o controverso plano "Twitter Blue" após uma onda vergonhosa de contas falsas.
Em 4 de novembro, quando Musk disse que a empresa perdia 4 milhões de dólares por dia, o Twitter demitiu metade de seus 7.500 funcionários.
Musk também restabeleceu a conta de Donald Trump, embora o ex-presidente dos EUA tenha indicado que não tem mais interesse na plataforma. Também afirmou que o Twitter não se esforçaria mais para combater a desinformação sobre a covid-19.
Na última polêmica, Musk suspendeu na última quarta-feira a conta @elonjet, que informava automaticamente os deslocamentos de seu jato particular, alegando que isso poderia colocar sua família em risco. Em seguida, suspendeu temporariamente as contas de vários jornalistas que noticiaram o assunto.
Funcionários da CNN, The New York Times e The Washington Post estavam entre os afetados, em uma medida que gerou fortes críticas, inclusive da União Europeia e das Nações Unidas.
No fim de semana, a conta no Twitter da jornalista Taylor Lorenz, que cobre o setor de tecnologia para o The Washington Post, foi suspensa por várias horas. Foi restabelecida no domingo, mas a conta @elonjet ainda estava suspensa nesta segunda-feira.
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