A mobilização de militares tenta conter a ação das gangues em El SalvadorTwitter/Reprodução
Publicado 25/12/2022 10:22
Mais de 2 mil soldados cercaram no sábado, 24, dois bairros da capital de El Salvador como parte da "guerra" contra as gangues executada pelo governo do presidente Nayib Bukele, o que elevou para três o número de operações do tipo em dezembro no país da América Central.
A partir da madrugada, mais de 1.000 soldados cercaram a comunidade Tutunichapa, enquanto durante a noite um número similar de militares cercou a comunidade La Granjit, ao lado de 100 policiais, ambas na capital. "Desde esta manhã, a comunidade Tutunichapa, em São Salvador, está totalmente cercada", disse Bukele no Twitter.
"Mais de 1.000 soldados e 130 agentes da Polícia, vão tirar os criminosos que ainda permanecem nesta comunidade, famosa pelo narcotráfico", acrescentou, afirmando que isto seria feito "sem remover um único elemento do cerco de Soyapango", que se mantém desde 3 de dezembro.
"Depois de cercar Tutunichapa, um famoso centro de distribuição de drogas, sabíamos que muitos narcotraficantes iriam buscar abastecimento na comunidade La Granjita, outro famoso centro de distribuição", afirmou o presidente, sempre em sua conta no Twitter.
Em Tutunichapa, um bairro populoso de São Salvador, as autoridades relataram as seis primeiras prisões de "criminosos", sem especificar se são membros de gangues ou pessoas envolvidas com o narcotráfico, segundo informações fornecidas à imprensa pela Casa Presidencial.
"Todos os terroristas, traficantes de drogas e membros de gangues serão removidos desta comunidade, até poucos meses atrás um reduto do crime. Cidadãos honestos não têm nada a temer e podem continuar levando suas vidas normalmente", disse Bukele em outro tuíte.
Soyapango, a terceira maior cidade do país, com 242.000 habitantes e localizada na região metropolitana de São Salvador, foi cercada por cerca de 10.000 militares e policiais no início deste mês sob a proteção do estado de exceção declarado pelo Congresso a pedido de Bukele em 27 de março, após um aumento da violência devido a ações de gangues.
O cerco incluiu revistas em residências e a pessoas que transitam a pé, em seus veículos, ou de transporte coletivo. Nas ruas de Soyapango, carros blindados do exército, alguns armados com artilharia, realizam patrulhas constantes, enquanto carros de polícia com agentes fortemente armados com fuzis entram nos bairros do município em busca de membros de gangues.
Segundo o ministro da Defesa, 690 suspeitos de pertencerem a gangues haviam sido detidos até este sábado. "Continuamos trabalhando no restante do território em busca de criminosos terroristas".
"Iremos extrair cada delinquente de nossas comunidades", prometeu no Twitter o ministro da Justiça e Segurança, Gustavo Villatoro.
Em El Salvador, a guerra contra as gangues, também chamadas de maras, levou à prisão de mais de 60.000 pessoas desde março por supostos vínculos com organizações criminosas, segundo dados oficiais.
Um total de 75,9% dos salvadorenhos aprovam o regime de exceção, e nove em cada 10 afirmam que a criminalidade diminuiu com a política de Bukele, segundo pesquisa da Universidade Centro-Americana (UCA) divulgada em outubro.
O Congresso, dominado pelos governistas, prorrogou nesta semana pela nona vez o regime de exceção, por um mês, apesar das críticas de órgãos humanitários.
 
 
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