Publicado 26/12/2022 09:47
A mãe da estudante goiana Luana Carneiro de Melo, de 24 anos, que foi encontrada morta no apartamento em que morava em Buenos Aires, na Argentina, afirma que se sentiu aliviada após o boliviano Iver Uruchi Condori, de 32 anos, ser condenado à prisão perpétua pelo assassinato da filha: "Justiça foi feita". A jovem foi enforcada com as mãos até a morte, em março de 2018. Após achar que a morte tinha sido natural, a polícia argentina só passou a investigar depois que uma perita levantou uma suspeita.
“Ao mesmo tempo em que nada poderá trazer nossa Lubs (apelido de Luana) de volta, saber que seu algoz não estará nas ruas para ferir outras mulheres e que justiça foi entregue à sua memória, nos traz alivio”, disse Rosemary Carneiro, mãe da vítima.
Segundo Macos Tosato, advogado da família da vítima, que acompanhou todo o processo, Iver vai cumprir a pena inicialmente no país onde foi condenado, mas depois os advogados dele devem pedir a transferência para seu país natal, a Bolívia.
Luana era de Jataí, no sudoeste de Goiás, e se mudou para Buenos Aires para estudar idiomas. Na época do crime, ela já estava morando há três anos na capital Argentina. De acordo com a mãe da jorvem, a mudança para a Argentina representava a realização de um sonho para a goiana.
"Era um sonho para ela. Ela sempre sonhou em viver uma vida fora do país. Se planejou e foi para lá. Ela estava muito feliz em Buenos Aires", disse.
Rosemary, que continua morando em Jataí, acompanhou a condenação do réu por videoconferência. Atualmente, a mulher está nos Estados Unidos visitando a outra filha, que vive no local junto ao marido.
Rosemary, que continua morando em Jataí, acompanhou a condenação do réu por videoconferência. Atualmente, a mulher está nos Estados Unidos visitando a outra filha, que vive no local junto ao marido.
A mãe da vítima ainda contou que a jovem sempre foi estudiosa e que lutava pelo direito das mulheres. Por isso, a condenação do réu se torna ainda mais importante para a família.
"A nossa Luana, em vida, sempre lutou por justiça e pelo direito das mulheres. A condenação do seu assassino, para nós, representa a persistência dessa luta", contou Rosemary.
"A nossa Luana, em vida, sempre lutou por justiça e pelo direito das mulheres. A condenação do seu assassino, para nós, representa a persistência dessa luta", contou Rosemary.
Assassinato da goiana
O crime aconteceu em 2018. A estudante foi encontrada morta dentro do apartamento em que morava em Buenos Aires. Inicialmente, a polícia argentina apontou que Luana Carneiro morreu de causas naturais. Mas dois meses depois, uma perita levantou a suspeita de homicídio e o caso começou a ser investigado.
O advogado da família da vítima contou que a polícia descobriu que Iver Uruchi Condori invadiu o apartamento de Luana para roubar o celular, um notebook e uma quantia em dinheiro. A jovem foi enforcada com as mãos até a morte, segundo ele.
"O criminoso roubou o telefone da Luana. Esse iphone foi ativado dois meses após o crime por um irmão do Iver. Ele não soube explicar isso. Quando tentou, não deu certo. Os médicos forenses foram determinantes. Não era uma morte natural, mesmo que assim se pensasse no início da investigação", explicou o advogado.
O boliviano trabalhava para a dona do apartamento que Luana alugava. Segundo Tosato, o jovem até assinou o livro de entrada do prédio no dia em que a goiana foi morta. Semanas antes de ser morta, a estudante registrou reclamação dizendo que o homem a espionou durante um banho.
"A Luana não tinha nenhuma relação com ele. O que conectava a Luana com ele, é que ele trabalhava para a dona do apartamento onde a Luana morava. Então, ele tinha as chaves do apartamento, tinha acesso", concluiu a mãe da vítima.
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