Publicado 10/01/2023 12:14 | Atualizado 10/01/2023 14:25
O Irã se utiliza da pena de morte contra manifestantes para assustar a população e silenciar protestos no país, o que se assemelha a um "assassinato de Estado", afirmou nesta terça-feira, 10, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
"O uso de processos criminais como arma para punir quem exerce seus direitos básicos, com aqueles que participam ou organizam protestos, se assemelha a um assassinato de Estado, disse Volker Türk em um comunicado.
Em entrevista coletiva em Genebra, a porta-voz do gabinete do Alto Comissariado, Ravina Shamdasani, disse que as execuções são "privações arbitrárias de vida", se opondo ao princípio da pena de morte.
Nos últimos quatro meses, Teerã já executou quatro pessoas acusadas de participarem dos protestos latentes no país desde a morte da jovem que utilizou seu véu de forma considerada indevida pela chamada polícia da moralidade.
Mais duas execuções são iminentes e pelo menos outras 17 pessoas foram condenadas à morte, disse o gabinete da ONU em um comunicado.
"O governo iraniano serviria melhor a seus próprios interesses e aos de seu povo se ouvisse suas reclamações e implementasse as reformas legais e políticas necessárias para garantir o respeito e a diversidade de opiniões, os direitos à liberdade de expressão e de reunião, além do respeito pleno e proteção dos direitos das mulheres em todas as esferas da vida", enfatizou Türk.
O comissário reforçou o pedido para que os governantes iranianos respeitem a vida e ouçam às reivindicações de seu povo, impondo "uma moratória imediata à pena de morte e interrompendo todas as execuções".
"O Irã deve tomar medidas verdadeiras para implementar as reformas exigidas pelo seu próprio povo que possam garantir o respeito e proteção dos direitos humanos", reforçou.
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