Secretário-geral da Otan, Jens StoltenbergReprodução
Publicado 14/02/2023 12:00
Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) discutem nesta terça-feira, 14, formas de acelerar o fornecimento de armas e munições à Ucrânia, ao mesmo tempo que devem analisar o pedido de Kiev por caças para resistir à ofensiva da Rússia.
Ao chegar para a reunião do Grupo de Contato sobre a Ucrânia (conhecido como 'Grupo Ramstein'), o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que é "prioridade" oferecer aos ucranianos os recursos para que possam prosseguir com sua defesa.
"A prioridade, a urgência, é abastecer os ucranianos com as armas que prometemos para que possam manter a capacidade de defesa", afirmou Stoltenberg.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, declarou que o bloco proporcionará "aos ucranianos os meios para resistir e avançar" em uma contraofensiva na primavera (hemisfério norte, outono no Brasil). Ele insistiu na artilharia, defesa antiaérea e veículos blindados, mas não mencionou os caças.
Todas as decisões sobre a entrega de armas à Ucrânia são tomadas por este grupo, presidido pelos Estados Unidos e com a participação de quase 50 países. "Os caças não são o tema mais importante, mas há um debate em curso", disse Stoltenberg.
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que "todos entendem que a questão da defesa aérea e a questão do reabastecimento de munições são muito mais importantes neste momento do que a discussão sobre aviões de combate". "O treinamento para os caças leva muitos meses", explicou.
Na segunda-feira, 13, Stoltenberg admitiu que a Ucrânia está utilizando atualmente uma quantidade de munições superior à capacidade de produção da Otan. Ele advertiu que é necessário fortalecer os contratos com as indústrias de armas.
Pistorius anunciou que a indústria alemã pretende reforçar uma linha de produção de munições específicas para sistemas de defesa antiaérea Guepard.
De acordo com a imprensa alemã, os contratos, já assinados, permitiriam a entrega de 300.000 munições à Ucrânia a partir de julho.
O ministro ucraniano da Defesa, Oleksii Reznikov, que está em Bruxelas, insistiu no Twitter sobre a necessidade de assegurar estoques suficientes de munições e peças de manutenção de equipamentos.
A Ucrânia, no entanto, também pede acesso a caças e mísseis de longo alcance. Mas o medo de ser arrastado para um conflito de alcance imprevisível atua como um bloqueio para muitos aliados. "Nenhuma decisão é esperada nesta terça-feira sobre caças", garantiram várias delegações.
O presidente da França, Emmanuel Macron, recebeu em Paris na semana passada o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, e depois do encontro afirmou que a prioridade deveriam ser as entregas das armas já prometidas.
Para os aliados europeus da Otan, o fluxo de munições para o armamento fornecido aos ucranianos se tornou uma prioridade problemática. Para Stoltenberg, esta é uma "guerra de desgaste e uma batalha logística".
Ele acredita que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está "preparando uma nova ofensiva, novos ataques. Portanto, devemos continuar fornecendo o que a Ucrânia precisa para vencer".
O fato de a Ucrânia estar utilizando mais munições do que a Otan pode produzir "está esgotando nossas reservas e pressionando nossas indústrias de defesa", admitiu Stoltenberg.
Em uma reunião de cúpula dos líderes europeus na semana passada em Bruxelas, a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, sugeriu que os países do bloco adotem um mecanismo similar ao criado para a compra de vacinas durante a pandemia de covid, com gastos comuns.

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