Zelensky aponta que Putin vai continuar (sua ofensiva) contra outros Estados do antigo bloco soviéticoAFP
Publicado 17/02/2023 13:19
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu nesta sexta-feira, 17, a seus aliados que "acelerem" o apoio à Ucrânia, invadida pelas tropas russas há quase um ano, em um discurso por vídeo para a Conferência de Segurança de Munique.
"Precisamos acelerar. Velocidade para concluir nossos acordos, velocidade de entregas para reforçar nossa luta, velocidade de decisões para limitar o potencial russo. Não há alternativa à velocidade, porque a vida depende dela", frisou.
Após um ano de guerra, não há sinais de que os combates terminarão tão cedo, e as chances de uma solução diplomática para o conflito são quase nulas. Desde o início da ofensiva, o número de mortos subiu para dezenas de milhares, e a Otan teme uma nova ofensiva russa.
Nesse contexto, Zelensky considerou, ainda, que "não há alternativa à vitória ucraniana", denunciando que o presidente russo, Vladimir Putin, "tenta ganhar tempo para sua agressão".
"Está claro que a Ucrânia não será sua última etapa. Ele vai continuar (sua ofensiva) contra outros Estados do antigo bloco soviético", advertiu.
Presente nesta conferência anual de três dias sobre questões de segurança internacional, o chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu à Ucrânia o apoio da Alemanha, tanto financeiro quanto humanitário e militar, dizendo que Berlim e seus aliados apoiarão os ucranianos "todo o tempo que for necessário".
"Os ucranianos defendem sua liberdade com grande sacrifício e com uma determinação absolutamente impressionante", elogiou.
Scholz pediu aos países ocidentais em condições de enviar tanques para Kiev "que realmente façam isso agora".
Mais de 150 representantes governamentais estarão presentes neste evento. Também participarão o chefe da diplomacia da China, Wang Yi; a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris; o secretário de Estado americano, Antony Blinken; e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que deixará o cargo no final do ano. Nenhum funcionário do governo russo foi convidado.
"Precisamos estar preparados para um longo caminho. Isto pode durar muitos, muitos anos", alertou Stoltenberg em uma entrevista à AFP na quinta-feira (16).
Washington e seus aliados estão preparando "um novo grande pacote de sanções" para 24 de fevereiro, afirmou a secretária de Estado adjunta, Victoria Nuland, na quinta-feira.
As sanções devem mirar em indivíduos, aumentar as restrições bancárias e também afetarão terceiros países que permitem que a Rússia evite as medidas punitivas, explicou Nuland.
As drásticas medidas em vigor contra a Rússia desde o início da invasão da Ucrânia afetam a cúpula do Estado russo, assim como sua indústria, seus bancos e o setor de petróleo.
Agravadas pelo voo de um balão chinês sobre o território americano, as tensões entre Estados Unidos e China também podem ser discutidas na conferência.
A China afirma que o balão era de uso civil e acusou o governo dos Estados Unidos de enviar balões sobre seu território. O incidente levou Blinken a adiar uma visita a Pequim.
Os países europeus, em particular Alemanha e França, ainda esperam convencer a China, aliada da Rússia, a pressionar o presidente Vladimir Putin a encerrar a guerra.
Em novembro, o chanceler Olaf Scholz viajou para Pequim, onde se reuniu com o presidente Xi Jinping. E a França confirmou na quinta-feira, 16, que uma visita de Emmanuel Macron à China está sendo preparada para o primeiro semestre do ano.
 
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