Publicado 15/03/2023 11:16
Moscou exigiu nesta quarta-feira, 15, que Washington interrompa os voos "hostis", em um momento de grande tensão depois que um caça russo foi acusado de colidir com um drone americano no Mar Negro.
A Força Aérea dos Estados Unidos na Europa informou que dois caças russos Su-27 interceptaram um drone MQ-9 Reapers em águas internacionais na terça-feira, 14, e que as manobras de um dos aviões provocaram o acidente, com a "perda" do aparelho americano.
O governo dos Estados Unidos responsabilizou a Rússia pelo incidente e chamou de "temerária e pouco profissional" a ação dos aviões russos, mas o Kremlin negou qualquer erro.
O embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoli Antonov, classificou os voos americanos perto da fronteira russa como "hostis".
"Nós presumimos que os Estados Unidos se abstenham de mais especulações na mídia e interrompam os voos perto das fronteiras russas", escreveu o embaixador Antonov em um comunicado divulgado no Telegram.
"Nós consideramos qualquer ação com o uso de armamento dos Estados Unidos como abertamente hostil", acrescentou. A Ucrânia acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de querer "expandir" o conflito após o incidente.
"O incidente com o drone americano MQ-9 Reaper provocado pela Rússia no Mar Negro é um sinal de Putin de que está disposto a expandir a zona de conflito e envolver outras partes", afirmou no Twitter o secretário do Conselho de Segurança ucraniano, Oleksii Danilov.
O Pentágono afirmou que o drone estava em uma missão de rotina quando foi interceptado "de forma temerária". A Rússia alega que o drone estava fora de controle.
O ministério russo da da Defesa informou que seus aviões decolaram após a detecção de um avião não tripulado americano sobre o Mar Negro, mas negou qualquer responsabilidade na queda do drone.
Moscou afirma que o MQ-9 entrou em uma trajetória sem controle após uma manobra repentina e que os caças russos "não tiveram contato" com o dispositivo americano e não utilizaram armas durante o incidente.
O Kremlin alega que o acidente aconteceu "na zona da península da Crimeia". De acordo com Moscou, o drone avançava "na direção" da fronteira russa. O Departamento de Estado convocou o embaixador russo em sinal de protesto.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, criticou a recusa da Rússia em assumir a responsabilidade pelo acidente. Ele acrescentou que o país está tentando recuperar as peças dos drones.
"Obviamente não queremos ver ninguém com as mãos no aparelho, além de nós. Tomamos medidas para proteger nossos interesses", afirmou.
Interceptações habituais
A Força Aérea dos Estados Unidos na Europa informou que dois caças russos Su-27 interceptaram um drone MQ-9 Reapers em águas internacionais na terça-feira, 14, e que as manobras de um dos aviões provocaram o acidente, com a "perda" do aparelho americano.
O governo dos Estados Unidos responsabilizou a Rússia pelo incidente e chamou de "temerária e pouco profissional" a ação dos aviões russos, mas o Kremlin negou qualquer erro.
O embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoli Antonov, classificou os voos americanos perto da fronteira russa como "hostis".
"Nós presumimos que os Estados Unidos se abstenham de mais especulações na mídia e interrompam os voos perto das fronteiras russas", escreveu o embaixador Antonov em um comunicado divulgado no Telegram.
"Nós consideramos qualquer ação com o uso de armamento dos Estados Unidos como abertamente hostil", acrescentou. A Ucrânia acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de querer "expandir" o conflito após o incidente.
"O incidente com o drone americano MQ-9 Reaper provocado pela Rússia no Mar Negro é um sinal de Putin de que está disposto a expandir a zona de conflito e envolver outras partes", afirmou no Twitter o secretário do Conselho de Segurança ucraniano, Oleksii Danilov.
O Pentágono afirmou que o drone estava em uma missão de rotina quando foi interceptado "de forma temerária". A Rússia alega que o drone estava fora de controle.
O ministério russo da da Defesa informou que seus aviões decolaram após a detecção de um avião não tripulado americano sobre o Mar Negro, mas negou qualquer responsabilidade na queda do drone.
Moscou afirma que o MQ-9 entrou em uma trajetória sem controle após uma manobra repentina e que os caças russos "não tiveram contato" com o dispositivo americano e não utilizaram armas durante o incidente.
O Kremlin alega que o acidente aconteceu "na zona da península da Crimeia". De acordo com Moscou, o drone avançava "na direção" da fronteira russa. O Departamento de Estado convocou o embaixador russo em sinal de protesto.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, criticou a recusa da Rússia em assumir a responsabilidade pelo acidente. Ele acrescentou que o país está tentando recuperar as peças dos drones.
"Obviamente não queremos ver ninguém com as mãos no aparelho, além de nós. Tomamos medidas para proteger nossos interesses", afirmou.
Interceptações habituais
Kirby afirmou que as interceptações por parte da Rússia no Mar Negro são habituais, mas que esta foi "pouco segura e pouco profissional".
Vários diplomatas da Otan confirmaram o incidente, mas destacaram que não esperam uma escalada do confronto.
Uma fonte militar ocidental, que falou com a AFP na condição de anonimato, afirmou que os canais diplomáticos entre Rússia e Estados Unidos podem ajudar a mitigar as consequências.
A ofensiva da Rússia na Ucrânia aumenta o temor de um confronto direto entre Moscou e Otan, organização cujos países membros fornecem armas a Kiev.
Ato perigoso
Vários diplomatas da Otan confirmaram o incidente, mas destacaram que não esperam uma escalada do confronto.
Uma fonte militar ocidental, que falou com a AFP na condição de anonimato, afirmou que os canais diplomáticos entre Rússia e Estados Unidos podem ajudar a mitigar as consequências.
A ofensiva da Rússia na Ucrânia aumenta o temor de um confronto direto entre Moscou e Otan, organização cujos países membros fornecem armas a Kiev.
Ato perigoso
As forças dos Estados Unidos utilizam o drone MQ-9 Reapers tanto para ações de vigilância como para ataques. O modelo opera há muito tempo no Mar Negro para examinar a presença das forças navais russas.
"Nosso drone MQ-9 realizava operações de rotina no espaço aéreo internacional, quando foi interceptado e atingido por um avião russo, o que resultou em um acidente e na perda total do MQ-9", informou o general James Hecker, comandante da Força Aérea dos Estados Unidos na Europa. "Trata-se de um ato perigoso e não profissional da parte dos russos", afirmou o general.
O porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, declarou que após o incidente o drone não conseguiu voar e ficou fora de controle, o que motivou a decisão de derrubar o aparelho. Nos últimos anos, os Estados Unidos perderam vários Reapers, inclusive por ações de fogo hostil.
Um drone deste tipo foi derrubado em 2019 quando sobrevoava o Iêmen com um míssil terra-ar disparado por rebeldes houthis, informou o Comando Central dos Estados Unidos na época.
Os Reapers podem ser armados com mísseis Hellfire, assim como com bombas guiadas por laser, e podem voar a mais de 1.770 quilômetros em altitudes de até 15 mil metros, de acordo com a Força Aérea americana.
"Nosso drone MQ-9 realizava operações de rotina no espaço aéreo internacional, quando foi interceptado e atingido por um avião russo, o que resultou em um acidente e na perda total do MQ-9", informou o general James Hecker, comandante da Força Aérea dos Estados Unidos na Europa. "Trata-se de um ato perigoso e não profissional da parte dos russos", afirmou o general.
O porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, declarou que após o incidente o drone não conseguiu voar e ficou fora de controle, o que motivou a decisão de derrubar o aparelho. Nos últimos anos, os Estados Unidos perderam vários Reapers, inclusive por ações de fogo hostil.
Um drone deste tipo foi derrubado em 2019 quando sobrevoava o Iêmen com um míssil terra-ar disparado por rebeldes houthis, informou o Comando Central dos Estados Unidos na época.
Os Reapers podem ser armados com mísseis Hellfire, assim como com bombas guiadas por laser, e podem voar a mais de 1.770 quilômetros em altitudes de até 15 mil metros, de acordo com a Força Aérea americana.
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