Publicado 22/03/2023 16:26
O órgão legislativo do Tribunal Penal Internacional (TPI) denunciou nesta quarta-feira, 22, "ameaças" recebidas por membros do tribunal que emitiram um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, suspeito de crimes de guerra.
A entidade com sede em Haia emitiu na última sexta-feira um mandado de prisão contra Putin e a Comissária russa para os Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova, sob alegações de que eles deportaram menores de idade de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia.
O país, por sua vez, que não faz parte do TPI, anunciou nesta segunda-feira a abertura de um processo-crime contra o principal procurador do tribunal, Karim Khan, e contra três magistrados.
No Telegram, o ex-presidente russo Dmitri Medvedev alertou aos juízes do TPI para que "observassem o céu com atenção", fazendo referência a um suposto ataque com mísseis.
A Presidência da Assembleia dos Estados Partes, composta pelos 123 países membros do tribunal, lamentou as "ameaças contra o TPI, bem como contra o seu Procurador e seus juízes", afirmou em comunicado.
A assembleia do tribunal também criticou "as tentativas de obstruir os esforços internacionais para garantir a responsabilidade por atos proibidos pelo direito internacional" e ressaltou sua "plena confiança" no TPI.
A Ucrânia afirma que mais de 16.000 crianças ucranianas foram deportadas para a Rússia desde o início da invasão e que muitas foram transferidas para lares adotivos e outras instituições.
Khan, que passou mais de um ano investigando possíveis crimes de guerra ou contra a humanidade cometidos durante a ofensiva russa, disse à AFP que as supostas deportações já somam "milhares" de casos.
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