Ataque desvia a atenção das ameaças existenciais à sobrevivência da humanidadeBULENT KILIC/AFP
Publicado 31/03/2023 09:26 | Atualizado 31/03/2023 11:01
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A invasão da Ucrânia pela Rússia tornou as graves violações dos direitos humanos "escandalosamente habituais" e desvia a atenção das ameaças existenciais à sobrevivência da humanidade, alertou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, nesta sexta-feira, 31.
Em uma intervenção no Conselho de Direitos Humanos da ONU, Turk denunciou os "terríveis abusos" cometidos desde o início da invasão russa da Ucrânia, há 13 meses, e advertiu que o conflito “continua provocando repercussões em todo o mundo”.
Turk indicou que os aumentos expressivos no preço dos alimentos, da energia e de outros produtos básicos "exacerbaram as tensões e as desigualdades em todas as regiões".
O funcionário da ONU afirmou ainda que isso está exacerbando "a crise mundial do custo de vida mais grave em uma geração" e que mergulhou pelo menos 71 milhões de pessoas na pobreza.
Turk chamou a atenção para os riscos que cercam a central nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, 37 anos após a catástrofe de Chernobyl.
“Outra central nuclear ucraniana, em Zaporizhzhia, continua exposta a um enorme risco, com possíveis consequências para milhões de pessoas”, frisou.
“Em um momento em que a humanidade enfrenta desafios existenciais assustadores, esta guerra destrutiva está nos afastando do trabalho de construir soluções, do trabalho de garantir nossa sobrevivência”, disse Turk.
O alto comissário também fez uma atualização dos dados sobre a Ucrânia. Segundo ele, sua delegação verificou que mais de 8,4 mil civis foram mortos, e mais de 14 mil ficaram feridos, desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro de 2022. "Esses números são apenas a ponta do iceberg", alertou.
Turk disse que a maioria das vítimas morreu pelo uso, por parte das forças russas, de material explosivo de grande potência em áreas residenciais.
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