Trump foi indiciado por 34 acusações relacionadas à falsificação de registros comerciais e ao pagamento de propinaAFP
Publicado 04/04/2023 18:05
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Nova York - O juiz Juan Merchan liberou Donald Trump da custódia, nesta terça-feira, 4, sem impor restrições prévias ao julgamento na audiência histórica, na qual o ex-presidente foi indiciado por 34 acusações vinculadas ao pagamento de propina em troca do silêncio de uma atriz pornô antes das eleições presidenciais de 2016. Segundo a promotoria de Nova York, Trump se tornou réu de três acusações relacionadas com o caso.

O magistrado nova-iorquino acrescentou, durante a audiência de uma hora, que um julgamento poderia começar em janeiro de 2024. Trump foi indiciado por 34 acusações relacionadas à falsificação de registros comerciais no pagamento de US$ 130 mil (cerca de R$ 420 mil à época) à atriz pornô Stormy Daniels na reta final da campanha às eleições presidenciais de 2016 para que ela se calasse sobre um suposto caso extraconjugal.

Segundo a promotoria, Trump se tornou réu de três acusações relacionadas com o pagamento de propinas em troca do silêncio de pessoas antes das eleições presidenciais de 2016. Um porteiro da Trump Tower que dizia ter informações sobre um suposto filho ilegítimo recebeu US$ 30 mil (cerca de R$ 98 mil) para ficar em silêncio; uma mulher que diz ter sido sua amante cobrou US$ 150 mil (cerca de R$ 490 mil) e a atriz pornô, outros US$ 130 mil por ocultar um suposto relacionamento extraconjugal, detalhou o promotor Alvin Bragg em nota à imprensa.

Com isso, o magnata de 76 anos terá que passar por um julgamento, que terá consequências imprevisíveis para sua candidatura à presidência nas eleições de 2024. Seu antigo advogado, Michael Cohen, foi o encarregado de fazer o pagamento, e o magnata reembolsou-o pela quantia de forma parcelada, supostamente fazendo-a passar por honorários profissionais.

Sentado entre seus advogados, Trump parecia irritado e preocupado, de acordo com uma foto tirada dentro do tribunal, depois de ser submetido ao trâmite habitual para um indiciado, como a tomada de fotografias e de digitais para a ficha judicial.

Tanto o magnata republicano quanto seus advogados insistem no absurdo do caso. Trump repetidamente afirma ser vítima de uma "caça às bruxas". O indiciamento criminal de Trump, algo inédito para um ex-chefe de Estado americano, "não é uma prioridade" para seu sucessor, Joe Biden, disse a porta-voz da Casa Branca nesta terça-feira.

"Obviamente (o presidente Biden) vai acompanhar algumas das notícias quando tiver um momento para se atualizar, mas isso não é uma prioridade para ele", disse Karine Jean-Pierre.

Mais um caso
O caso Stormy Daniels é apenas um dos casos que ameaçam o ex-presidente, que também é investigado por pressionar funcionários públicos para anular a vitória de Joe Biden em 2020, com uma ligação telefônica gravada. Nela, pediu ao secretário de Estado da Geórgia que "encontrasse" votos suficientes para reverter o resultado.

Trump também é investigado por seu possível papel na invasão de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, assim como pela custódia de documentos confidenciais depois de deixar a Casa Branca.

A caminho do tribunal, Trump publicou uma mensagem em sua rede social, a Truth Social: "Parece SURREAL - WOW, vão me PRENDER. Não posso acreditar no que está acontecendo nos Estados Unidos - MAGA!" (sigla de seu movimento 'Make America Great Again').

Ao contrário de outros estados, onde as câmeras de televisão são permitidas nos tribunais, o juiz Merchán não abriu uma exceção nesta ocasião. Permitiu apenas que os fotógrafos capturassem esse momento histórico por alguns minutos antes do início da audiência.

Em frente ao tribunal, a polícia de Nova York, em alerta máximo, instalou cercas metálicas para separar dezenas de apoiadores do magnata e alguns críticos em uma metáfora para a divisão política do país.

"Trump ou morte" ou "Make America Great Again" estampavam cartazes e bandeiras, bonés e camisetas de alguns. Os opositores proclamavam "Trump mente o tempo todo".

Em uma tentativa de politizar o caso e motivar seus apoiadores, que têm respondido enviando-lhe mais de US$ 7 milhões (cerca de R$ 35,5 milhões) para sua campanha desde que a acusação foi anunciada na última quinta-feira, o magnata relembrou na rede Truth Social o que já usa como um lema: "Eles não estão vindo atrás de mim, estão vindo atrás de vocês. Estou apenas no caminho eles".

É "IMPOSSÍVEL que eu tenha um julgamento justo" em Nova York, acrescentou Trump sobre sua cidade natal governada por democratas, após a decisão do promotor Alvin Bragg de indiciá-lo na última quinta-feira, mantendo a decisão do grande júri.

O magnata deixou o tribunal em Manhattan, no fim da tarde desta terça-feira, e seguiu direto para o aeroporto de La Guardia, onde embarcou em seu avião particular para Flórida, onde ele mora desde o fim de seu mandato. Trump deve fazer um discurso ainda nesta terça.

O juiz Juan Merchan o indiciou por 34 acusações relacionadas à falsificação de registros comerciais no pagamento de US$ 130 mil (cerca de R$ 420 mil à época) à estrela pornô Stormy Daniels na reta final da campanha às eleições presidenciais de 2016 para que ela se calasse sobre um suposto caso extraconjugal, ocorrido dez anos antes e que ele sempre negou.

Merchan acrescentou, durante a audiência de uma hora, que um julgamento poderia começar em janeiro de 2024 e liberou o ex-presidente da custódia.

Segundo a promotoria, Trump se tornou réu de três acusações relacionadas com o pagamento de propinas em troca do silêncio de pessoas antes das eleições presidenciais de 2016.

Um porteiro da Trump Tower que dizia ter informações sobre um suposto filho ilegítimo recebeu 30.000 dólares (R$ 98.000 aproximadamente) para ficar em silêncio; uma mulher que diz ter sido sua amante cobrou 150.000 dólares (cerca de R$ 490 mil) e a atriz pornô, outros 130.000 dólares por ocultar um suposto relacionamento extraconjugal, detalhou o promotor Alvin Bragg em nota à imprensa.

Com isso, o magnata de 76 anos terá que passar por um julgamento, que terá consequências imprevisíveis para sua candidatura à presidência nas eleições de 2024.

Seu então advogado, Michael Cohen, foi o encarregado de fazer o pagamento, e o magnata reembolsou-o pela quantia de forma parcelada, supostamente fazendo-a passar por honorários profissionais.

Sentado entre seus advogados, Trump parecia sombrio e preocupado, de acordo com uma foto tirada dentro do tribunal, depois de ser submetido ao trâmite habitual para um indiciado, como a tomada de fotografias e de digitais para a ficha judicial.

Tanto o magnata republicano quanto seus advogados insistem no absurdo do caso. Trump repetidamente afirma ser vítima de uma "caça às bruxas".

O indiciamento criminal de Trump, algo inédito para um ex-chefe de Estado americano, "não é uma prioridade" para seu sucessor, Joe Biden, disse a porta-voz da Casa Branca nesta terça-feira.

"Obviamente (o presidente Biden) vai acompanhar algumas das notícias quando tiver um momento para se atualizar, mas isso não é uma prioridade para ele", disse Karine Jean-Pierre.

 

- Mais um caso -

 

O caso Stormy Daniels é apenas um dos casos que ameaçam o ex-presidente, que também é investigado por pressionar funcionários públicos para anular a vitória de Joe Biden em 2020, com uma ligação telefônica gravada. Nela, pediu ao secretário de Estado da Geórgia que "encontrasse" votos suficientes para reverter o resultado.

Trump também é investigado por seu possível papel na invasão de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, assim como pela custódia de documentos confidenciais depois de deixar a Casa Branca.

A caminho do tribunal, Trump publicou uma mensagem em sua rede social, a Truth Social: "Parece SURREAL - WOW, vão me PRENDER. Não posso acreditar no que está acontecendo nos Estados Unidos - MAGA!" (sigla de seu movimento 'Make America Great Again').

Ao contrário de outros estados, onde as câmeras de televisão são permitidas nos tribunais, o juiz Merchán não abriu uma exceção nesta ocasião. Permitiu apenas que os fotógrafos capturassem esse momento histórico por alguns minutos antes do início da audiência.

Em frente ao tribunal, a polícia de Nova York, em alerta máximo, instalou cercas metálicas para separar dezenas de apoiadores do magnata e alguns críticos em uma metáfora para a divisão política do país.

"Trump ou morte" ou "Make America Great Again" estampavam cartazes e bandeiras, bonés e camisetas de alguns. Os opositores proclamavam "Trump mente o tempo todo".

Paulina Farr saiu da vizinha Long Island — um reduto republicano, para onde o ex-presidente solicitou que o caso fosse transferido, de modo a ter um julgamento "justo" — para "mostrar apoio ao nosso presidente Trump". 

A enfermeira aposentada disse à AFP que também esteve em Washington, D.C., em 6 de janeiro de 2021, quando milhares de apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, mas este protesto "é muito diferente".

 

- "Apenas no caminho" -

 

Em uma tentativa de politizar o caso e motivar seus apoiadores, que têm respondido enviando-lhe mais de 7 milhões de dólares (cerca de 35,5 milhões de reais, nos valores atuais) para sua campanha desde que a acusação foi anunciada na última quinta-feira, o magnata relembrou na rede Truth Social o que já usa como um lema: "Eles não estão vindo atrás de mim, estão vindo atrás de vocês. Estou apenas no caminho eles". 

É "IMPOSSÍVEL que eu tenha um julgamento justo" em Nova York, acrescentou Trump sobre sua cidade natal governada por democratas, após a decisão do promotor Alvin Bragg de indiciá-lo na última quinta-feira, mantendo a decisão do grande júri.

Bragg deve dar uma coletiva de imprensa após a audiência de Trump no tribunal. O magnata também anunciou que falará com a imprensa.

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