Desde 2018, cerca de 88 mil pessoas em busca de asilo no Reino Unido fizeram a perigosa travessia pelo Canal da ManchaAFP
Publicado 05/04/2023 17:49
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Londres - O governo britânico anunciou nesta quarta-feira, 5, que alugou uma embarcação para abrigar cerca de 500 pessoas que pediram asilo na costa sul da Inglaterra, uma tentativa de reduzir os custos de acomodação e impedir a chegada irregular de migrantes.
O Ministério do Interior explicou que a embarcação será utilizada "para reduzir a pressão insustentável sob o sistema britânico de asilo e reduzir os custos que contribuem com o aumento significativo de travessias no Canal da Mancha" a partir da costa francesa.
A barcaça irá atracar no porto de Portland e abrigará adultos solteiros, enquanto seus pedidos de asilo estiverem em processamento. O Ministério indicou que os primeiros moradores chegarão nos "próximos meses".
"Devemos acabar com o uso de hotéis caros para acomodar aqueles que fazem viagens desnecessárias e perigosas. Não colocaremos os interesses dos migrantes ilegais acima dos interesses do povo britânico, a quem fomos escolhidos para servir", disse o secretário de Estado de Imigração, Robert Jenrick.
"Precisamos usar opções alternativas de acomodação, como nossos vizinhos europeus estão fazendo, incluindo o uso de barcaças e balsas para economizar o dinheiro do contribuinte britânico e evitar que o Reino Unido se torne um ímã para solicitantes de asilo na Europa", acrescentou.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu acabar com as travessias no Canal da Mancha, que no ano passado ultrapassaram 45 mil. Em março, ele apresentou um projeto de lei que visa frear as chegadas irregulares em embarcações precárias que cruzam o Canal da Mancha.
Desde 2018, aproximadamente 88 mil pessoas fizeram esta perigosa travessia em uma das hidrovias mais movimentadas do mundo, ajudando a sobrecarregar o sistema de asilo britânico.
Mais de 160 mil pessoas aguardavam uma decisão sobre seu pedido de asilo no Reino Unido no final de dezembro de 2022, segundo dados oficiais, e a maioria esperou mais de seis meses.
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