Publicado 09/04/2023 18:25 | Atualizado 09/04/2023 18:45
Miami - Um professor de Psicologia do estado da Flórida foi demitido depois de apresentar aos alunos de Ensino Médio um tema de redação peculiar: "Hoje foi seu último dia de vida", escreva o próprio obituário. Jeffrey Keene, 63 anos, explicou no Facebook que pretendia desenvolver um exercício com o objetivo de preparar os estudantes para a possibilidade de invasão de uma pessoa armada na escola do Ensino Médio, localizada na região de Orlando, Flórida.
Ele pediu aos alunos que refletissem sobre "por que os Estados Unidos têm tantos tiroteios em massa", possíveis soluções e que imaginassem uma biografia post-mortem.
Um aviso na parte inferior do trabalho afirmava que de "forma alguma" o exercício pretendia incomodar qualquer estudante.
Na terça-feira, Keene foi demitido. Em um comunicado as autoridades do distrito escolar o acusaram de apresentar uma "dever inapropriado" aos alunos.
O professor se defendeu na imprensa local. "Não era para assustá-los ou levá-los a pensar que iriam morrer, e sim para ajudá-los a compreender o que é importante em suas vidas", declarou ao canal NBC.
"Estava conversando com os estudantes sobre o mundo em que vivem, sobre armas, atiradores…" disse ao canal Fox 5, depois de se declarar "espantado" com a demissão.
As armas de fogo foram a principal causa de morte dos menores de idade americanos em 2020, com 4.368 óbitos, superando os acidentes de trânsito e as overdoses de drogas, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Os massacres em centros de ensino representam apenas uma pequena parcela do total, mas são particularmente chocantes.
Nos últimos anos, os Estados Unidos foram abalados por massacres em uma escola de Sandy Hook, Connecticut (20 crianças assassinadas em 2012), e em Uvalde, Texas (19 crianças e dois professores mortos em maio de 2022).
A maioria dos cidadãos, no entanto, continua muito apegada ao direito de porte de arma e não deseja reformas nessa área.
Dois legisladores do estado do Tennessee (sul) foram expulsos esta semana do Parlamento local depois que se uniram a manifestantes que pediam, na sede do Legislativo, uma regulamentação maior sobre armas de fogo, depois de um massacre em uma escola de Nashville.
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