Dina Boluarte iniciou o mandato com 68% de desaprovação, resultado da repressão aos protestos que exigiam eleições imediatas e o fechamento do Congresso Reprodução
Publicado 17/04/2023 16:33
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Lima - A desaprovação da presidente do Peru, Dina Boluarte, atingiu seu nível mais alto desde que ela assumiu o poder há quatro meses, com 77% de rejeição à sua gestão — afirma pesquisa da empresa Ipsos divulgada nesta segunda-feira (17).
Primeira mulher a governar o Peru, ela substituiu Pedro Castillo no poder, em meio a uma crise política que levou a protestos com balanço de mais de 50 mortos em confrontos com a polícia.
Boluarte, de 60 anos, iniciou seu mandato com 68% de desaprovação, resultado da repressão às manifestações que exigiam eleições imediatas e o fechamento do Congresso.
Em abril, sua aprovação foi de 15%, dois pontos a menos do que em março e o menor índice de sua gestão. Os demais 8% dos entrevistados não especificaram sua resposta, segundo o Ipsos.
Boluarte foi vice-presidente de Pedro Castillo, demitido pelo Congresso conservador em 7 de dezembro passado, após uma fracassada tentativa de golpe. O ex-presidente, de 53 anos, cumpre prisão preventiva, à espera da decisão da Justiça sobre seu eventual pedido de julgamento.
A percepção de que "não faz nada para melhorar a situação econômica do país" (45%) e as mortes nos protestos (38%) são os principais motivos de sua desaprovação, segundo a empresa.
No contexto dos protestos, o Ministério Público investiga a presidente pelos supostos crimes de "genocídio, homicídio qualificado e lesões graves".
Ela tem, porém, imunidade até o fim de seu mandato, em julho de 2026. O Congresso também está em baixa: 84% desaprovam, dois pontos a mais do que em março, e 10% aprovam. O Ipsos ouviu 1.207 peruanos nas principais cidades do país. A margem de erro da pesquisa é de 2,8%.
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