Publicado 17/04/2023 18:31
Paris - O presidente liberal Emmanuel Macron garantiu nesta segunda-feira, 17, que reconhece a "raiva" sobre a impopular reforma da Previdência na França, mas destacou que ela é necessária e entrará em vigor, em um discurso que a oposição considerou "desconectado da realidade".
"Ninguém pode permanecer surdo" a esta "raiva" dos manifestantes, disse Macron em um discurso televisionado do Palácio do Eliseu, lamentando que não tenha alcançado um "consenso" sobre esta reforma crucial para seu segundo mandato até 2027.
A França vive uma crise política e social desde janeiro por esta reforma que aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030 e antecipa para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos, e não 42, para receber uma aposentadoria completa.
Apesar da rejeição dos sindicatos e da maioria dos franceses, Macron, temendo perder a votação no Parlamento, decidiu em março adotar esta lei por decreto, o que radicalizou os protestos e aumentou o mal-estar.
Mostra do mal-estar causado por esta lei, que entrará em vigor no próximo "outono" no hemisfério norte, foram os panelaços diante das prefeituras de várias cidades da França durante o discurso. "Surrealista Macron. Completamente desconectado da realidade, assume o roubo de dois anos de liberdade", disse o líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon.
Para virar a página da crise, o chefe de Estado anunciou um "novo pacto sobre a vida no trabalho", que abordará a "melhora da renda" e das condições de trabalho e uma "melhor divisão da riqueza", entre outros aspectos.
Seu objetivo é firmar este pacto com os sindicatos, aos quais disse que sua porta estará "sempre aberta", apesar de, durante a tramitação parlamentar da reforma, tenha se recusado a se reunir com estas entidades, como lhe pediram em uma carta.
Os sindicatos se recusam a se reunir com Macron antes de 1º de maio, quando convocaram uma "mobilização excepcional". Em 7 de março, reuniram entre 1,28 e 3,5 milhões de pessoas, segundo a Polícia e a central sindical CGT, respectivamente.
100 dias
"Ninguém pode permanecer surdo" a esta "raiva" dos manifestantes, disse Macron em um discurso televisionado do Palácio do Eliseu, lamentando que não tenha alcançado um "consenso" sobre esta reforma crucial para seu segundo mandato até 2027.
A França vive uma crise política e social desde janeiro por esta reforma que aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030 e antecipa para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos, e não 42, para receber uma aposentadoria completa.
Apesar da rejeição dos sindicatos e da maioria dos franceses, Macron, temendo perder a votação no Parlamento, decidiu em março adotar esta lei por decreto, o que radicalizou os protestos e aumentou o mal-estar.
Mostra do mal-estar causado por esta lei, que entrará em vigor no próximo "outono" no hemisfério norte, foram os panelaços diante das prefeituras de várias cidades da França durante o discurso. "Surrealista Macron. Completamente desconectado da realidade, assume o roubo de dois anos de liberdade", disse o líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon.
Para virar a página da crise, o chefe de Estado anunciou um "novo pacto sobre a vida no trabalho", que abordará a "melhora da renda" e das condições de trabalho e uma "melhor divisão da riqueza", entre outros aspectos.
Seu objetivo é firmar este pacto com os sindicatos, aos quais disse que sua porta estará "sempre aberta", apesar de, durante a tramitação parlamentar da reforma, tenha se recusado a se reunir com estas entidades, como lhe pediram em uma carta.
Os sindicatos se recusam a se reunir com Macron antes de 1º de maio, quando convocaram uma "mobilização excepcional". Em 7 de março, reuniram entre 1,28 e 3,5 milhões de pessoas, segundo a Polícia e a central sindical CGT, respectivamente.
100 dias
Além da reforma, que defende como a única forma de evitar um déficit de US$ 14,2 bilhões, cerca de R$ 70,1 bilhões, no fundo de pensões até 2030, Emmanuel Macron esperava aplicar seu programa até 2027.
Porém, ao impor sua impopular reforma, os observadores estimam que Macron comprometeu suas futuras leis, que necessitam de maioria absoluta no Parlamento, ao dividir a oposição de direita do partido Os Republicanos, que havia negociado esta lei com o governo.
Macron se deu "100 dias de apaziguamento, de unidade, de ambição e de ação" para relançar seu segundo mandato com novas medidas sobre migração, educação e saúde, entre outros, e adiantou que fará um "primeiro balanço" em 14 de julho, quando ocorrem as comemorações nacionais pelo Dia da Bastilha.
Entre as medidas apontadas está a luta contra a imigração ilegal e as fraudes sociais e fiscais, assim como aspectos para melhorar a vida dos franceses como escolas, a luta contra criminalidade e melhorias nos serviços de emergências.
"O apaziguamento deveria ter sido buscado (...) na reforma da Previdência. Não disse nenhuma palavra sobre isso", lamentou na rede BFMTV o líder do principal sindicato, o moderado CFDT, Laurent Berger, para quem não houve "nada concreto" em seu discurso.
Em abril de 2022, Macron foi reeleito com 58,5% de votos, superando a candidata de extrema direita Marine Le Pen. Consciente de que sua vitória se deu em parte devido à rejeição à sua adversária, prometeu governar de forma diferente e unir o país.
Porém, as pesquisas revelam uma queda da confiança em Macron, cuja popularidade está abaixo de 30%, e nas instituições, assim como um aumento das intenções de voto para Le Pen, para quem o presidente "virou novamente as costas" aos franceses com o discurso desta segunda-feira.
Porém, ao impor sua impopular reforma, os observadores estimam que Macron comprometeu suas futuras leis, que necessitam de maioria absoluta no Parlamento, ao dividir a oposição de direita do partido Os Republicanos, que havia negociado esta lei com o governo.
Macron se deu "100 dias de apaziguamento, de unidade, de ambição e de ação" para relançar seu segundo mandato com novas medidas sobre migração, educação e saúde, entre outros, e adiantou que fará um "primeiro balanço" em 14 de julho, quando ocorrem as comemorações nacionais pelo Dia da Bastilha.
Entre as medidas apontadas está a luta contra a imigração ilegal e as fraudes sociais e fiscais, assim como aspectos para melhorar a vida dos franceses como escolas, a luta contra criminalidade e melhorias nos serviços de emergências.
"O apaziguamento deveria ter sido buscado (...) na reforma da Previdência. Não disse nenhuma palavra sobre isso", lamentou na rede BFMTV o líder do principal sindicato, o moderado CFDT, Laurent Berger, para quem não houve "nada concreto" em seu discurso.
Em abril de 2022, Macron foi reeleito com 58,5% de votos, superando a candidata de extrema direita Marine Le Pen. Consciente de que sua vitória se deu em parte devido à rejeição à sua adversária, prometeu governar de forma diferente e unir o país.
Porém, as pesquisas revelam uma queda da confiança em Macron, cuja popularidade está abaixo de 30%, e nas instituições, assim como um aumento das intenções de voto para Le Pen, para quem o presidente "virou novamente as costas" aos franceses com o discurso desta segunda-feira.
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