Metade da população da Índia tem menos de 30 anosAFP
Publicado 24/04/2023 16:00
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A Índia se tornará o país mais populoso do mundo no final de abril, ultrapassando a China, de acordo com uma estimativa da Organização das Nações Unidas publicada nesta segunda-feira (24).

"A China vai ceder em breve a primeira posição que ocupou por muito tempo como o país mais populoso", informou em nota publicada em Nova York o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA).

Até o final de abril, a Índia terá 1.425.775.850 de habitantes, "igualando e superando a população da China continental", especifica o documento.

Em 19 de abril, um relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) estimou que a população indiana seria de 1,429 bilhão de habitantes no final do ano contra 1,426 bilhão da China.

"A população da China alcançou um pico de 1,426 bilhão de habitantes em 2022 e começou a diminuir. As projeções indicam que o tamanho da população chinesa poderia cair para menos de um bilhão no final do século, enquanto a população indiana continuará crescendo por várias décadas", diz o diretor do departamento, Li Junhua.

De acordo com os dados oficiais publicados no início do ano, a população da China diminuiu no ano passado pela primeira vez desde 1960-1961, ocasião em que se registrou que a fome, iniciada em 1959, causou dezenas de milhões de mortes como resultado da política econômica do "Grande Salto Adiante" decretada por Mao Tsé-Tung.

Paradoxalmente, a queda populacional na potência asiática ocorre após a flexibilização da política do filho único, estabelecida em 2021.
O custo de vida e os anos da medida de controle de nascimentos no país seriam algumas das causas da baixa natalidade, a qual se soma a educação e a inserção da mulher no mercado de trabalho, que atrasam cada vez mais a idade da maternidade.

A Índia, por sua vez, não tem dados oficiais sobre o número de habitantes desde o último censo demográfico em 2011. O novo censo, realizado a cada dez anos, deveria ter sido feito em 2021, mas foi adiado pela pandemia de covid-19.

Apesar disso, os críticos ao governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi o acusam de atrasá-lo deliberadamente para não ter que divulgar dados confidenciais, como o desemprego, antes das eleições nacionais em 2024.

A economia indiana tem tido dificuldades para criar empregos para os milhões de jovens que entram no mercado de trabalho a cada ano. Metade da população do país tem menos de 30 anos.
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