Presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei durante uma visita à ilha de governo democrático que provocou críticas da ChinaAFP
Publicado 25/04/2023 09:55
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O presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, se comprometeu nesta terça-feira, 25, a permanecer como um "aliado diplomático sólido" de Taiwan, durante uma visita à ilha de governo democrático que provocou críticas da China.

O chefe de Estado, que iniciou na segunda-feira, 24, uma visita de quatro dias, defendeu as relações com Taiwan durante uma cerimônia de boas-vindas em Taipé.

"Tenha certeza de que a Guatemala continuará ao lado da República de Taiwan como um aliado diplomático sólido e aprofundará as relações em todos os âmbito", disse.

O país da América Central é uma das poucas nações que ainda reconhecem Taiwan, uma lista que diminuiu nos últimos anos com a pressão de Pequim para isolar Taipé no cenário internacional.

A China considera Taiwan parte de seu território e não aceita que outros países mantenham relações diplomáticas simultâneas com Pequim e Taipé.

Em um discurso no Parlamento taiwanês, Giammattei criticou a China pela pressão contra Taiwan. Ele pediu à comunidade internacional que "sejamos solidários com aqueles que estão sob constante assédio procedente da outra margem do Estreito de Taiwan".

O ministério das Relações Exteriores da China emitiu uma forte crítica a Giammattei após seus comentários sobre a "República de Taiwan".

"Não há saída para aqueles que defendem a chamada independência de Taiwan", disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.

"Se eu posso dar um pequeno conselho ao governo de Alejandro Giammattei: não fique do lado dos mal-intencionados, não atue por seus próprios interesses egoístas e vá contra os assuntos internacionais e os desejos do povo guatemalteco", acrescentou.

Oportunidades de cooperação 
Em uma aparente referência às manobras militares chinesas ao redor de Taiwan, o presidente guatemalteco pediu o "silêncio dos tambores de guerra". Exijo o fim das hostilidades e guerras, tanto aqui como em outras regiões do mundo".

Ele destacou que seu país "mantém inalterada a postura a favor do reconhecimento de Taiwan como nação independente" e que promove a participação da ilha na ONU. 

A presidente taiwanesa agradeceu o apoio de Giammattei. "Espero que nossos países aprofundem suas relações e explorem mais oportunidades de cooperação durante a visita", declarou Tsai.

Giammattei pretende visitar uma empresa de tecnologia em Taichung e deve participar em um evento de promoção do café guatemalteco.

Tsai visitou Guatemala e Belize há algumas semanas para consolidar suas relações com os dois últimos aliados do país na América Central, depois que Honduras rompeu com Taiwan em março e se aliou à China.

Na viagem de volta a Taipé, Tsai fez uma escala nos Estados Unidos e teve uma reunião com Kevin McCarthy, presidente da Câmara de Representantes.

Em resposta ao encontro, a China organizou três dias de exercícios bélicos, que envolveram simulações de ataques e bloqueios à ilha de Taiwan.

Pequim advertiu na segunda-feira que reconhecer a China, um sócio econômico crucial para a nação centro-americana, estava "alinhado com os interesses fundamentais da Guatemala e as aspirações de seu povo".

O ministério da Defesa de Taiwan afirmou nesta terça que detectou nove aviões e 11 navios militares chineses ao redor da ilha nas últimas 24 horas.

A América Latina é uma região disputada desde que Taiwan e China se separaram em 1949, ao final da guerra civil chinesa.

Pequim passou décadas convencendo os aliados diplomáticos de Taipé no continente a mudar de lado. Nove países abandonaram Taiwan desde que Tsai chegou ao poder em 2016.

As relações de Taiwan com o Paraguai estão sob risco. O candidato opositor à presidência Efraín Alegre afirmou que, se vencer as eleições de 30 de abril, reavaliará as relações com Taiwan.
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