Publicado 02/05/2023 15:13
Moscou - A ofensiva no território da Ucrânia agravou a prolongada crise demográfica na Rússia, uma tendência estrutural que pode prejudicar ainda mais uma economia afetada por sanções. Em um país que já sofre com uma escassa mão de obra devido a taxas de natalidade persistentemente baixas, o conflito acrescenta uma série de desafios que podem se manter por anos.
A mobilização de centenas de milhares de homens os retirou do mercado de trabalho, ao mesmo tempo que forçou habitantes com melhor formação a fugir do país.
"Faltam trabalhadores na Rússia", afirmou à AFP Alexei Rashka, um demógrafo que antes trabalhava para a agência oficial de estatísticas Rosstat.
Após o colapso da União Soviética nos anos 1990, a Rússia herdou suas baixas taxas de natalidade causadas por dificuldades econômicas e incertezas sobre o futuro do país.
O presidente russo Vladimir Putin tentou encorajar as famílias a terem filhos, mencionando "os valores tradicionais" como uma forma de resolver o que observa como uma crise existencial.
Como parte desta estratégia para aumentar a população, implantou um auxílio financeiro para as famílias a partir do segundo filho e os seguintes.
As autoridades russas não informam números sobre baixas em suas tropas na Ucrânia desde setembro de 2022, quando o Ministério da Defesa anunciou 5.937 mortes. O países ocidentais estimam 150 mil mortos e feridos de cado lado.
"Não sabemos as perdas exatas da operação militar, mas 300 mil pessoas foram mobilizadas, o que reduz ainda mais o número de jovens trabalhando", afirmou Natalia Zubarevich, especialista da Universidade Estatal de Moscou.
Estas baixas no campo de batalha se somam às da mortal pandemia de covid, que "afetou duramente a Rússia", indicou à AFP Igor Yefremov, especialista em demografia.
A estatística oficial contabiliza cerca de 400 mil vítimas do coronavírus na Rússia, mas analistas acreditam que o balanço real é muito superior.
Ante o volume minguante da força de trabalho, a reduzida taxa de desemprego de 3,5% na Rússia nem mesmo representa um bom sinal, mas o reflexo de uma escassez de contratações e das dificuldades de vários setores para cobrir postos vagos.
Uma pesquisa publicada em 19 de abril pelo Banco Central da Rússia confirmou tensões "graves", particularmente "nas indústrias de processamento", transporte e "fornecimento de água".
Duas ondas de emigração
A mobilização de centenas de milhares de homens os retirou do mercado de trabalho, ao mesmo tempo que forçou habitantes com melhor formação a fugir do país.
"Faltam trabalhadores na Rússia", afirmou à AFP Alexei Rashka, um demógrafo que antes trabalhava para a agência oficial de estatísticas Rosstat.
Após o colapso da União Soviética nos anos 1990, a Rússia herdou suas baixas taxas de natalidade causadas por dificuldades econômicas e incertezas sobre o futuro do país.
O presidente russo Vladimir Putin tentou encorajar as famílias a terem filhos, mencionando "os valores tradicionais" como uma forma de resolver o que observa como uma crise existencial.
Como parte desta estratégia para aumentar a população, implantou um auxílio financeiro para as famílias a partir do segundo filho e os seguintes.
As autoridades russas não informam números sobre baixas em suas tropas na Ucrânia desde setembro de 2022, quando o Ministério da Defesa anunciou 5.937 mortes. O países ocidentais estimam 150 mil mortos e feridos de cado lado.
"Não sabemos as perdas exatas da operação militar, mas 300 mil pessoas foram mobilizadas, o que reduz ainda mais o número de jovens trabalhando", afirmou Natalia Zubarevich, especialista da Universidade Estatal de Moscou.
Estas baixas no campo de batalha se somam às da mortal pandemia de covid, que "afetou duramente a Rússia", indicou à AFP Igor Yefremov, especialista em demografia.
A estatística oficial contabiliza cerca de 400 mil vítimas do coronavírus na Rússia, mas analistas acreditam que o balanço real é muito superior.
Ante o volume minguante da força de trabalho, a reduzida taxa de desemprego de 3,5% na Rússia nem mesmo representa um bom sinal, mas o reflexo de uma escassez de contratações e das dificuldades de vários setores para cobrir postos vagos.
Uma pesquisa publicada em 19 de abril pelo Banco Central da Rússia confirmou tensões "graves", particularmente "nas indústrias de processamento", transporte e "fornecimento de água".
Duas ondas de emigração
Um estudo publicado no mês passado pela Escola de Economia indicou que a Rússia necessitará entre 390 mil e 1,1 milhão de imigrantes por ano até o final do século para evitar um declínio de sua população. No entanto, alguns setores não poderão compensar a perda de trabalhadores, especialmente indústrias que requerem altos níveis de formação.
Rashka explicou que o conflito na Ucrânia provocou duas ondas de emigração e ambas com "muita gente altamente qualificada, incluindo especialistas em informática e tecnologia", saindo da Rússia.
Este especialista estimou que cerca de 150 mil pessoas, incluindo 100 mil homens, deixaram o país entre fevereiro e março de 2022, semanas depois da eclosão do conflito. Outros meio milhão de russos teriam saído após a mobilização anunciada por Putin em setembro, acrescentou.
Uma lei recente impôs restrições econômicas àqueles que se esquivarem do serviço militar, o que pode incentivar os que fugiram a se estabelecerem definitivamente no exterior. Ainda assim, Zubarevich afirmou que mais de 60% daqueles que partiram continuam trabalhando remotamente para empresas russas. "Alguns deles vão voltar", assegurou.
Rashka explicou que o conflito na Ucrânia provocou duas ondas de emigração e ambas com "muita gente altamente qualificada, incluindo especialistas em informática e tecnologia", saindo da Rússia.
Este especialista estimou que cerca de 150 mil pessoas, incluindo 100 mil homens, deixaram o país entre fevereiro e março de 2022, semanas depois da eclosão do conflito. Outros meio milhão de russos teriam saído após a mobilização anunciada por Putin em setembro, acrescentou.
Uma lei recente impôs restrições econômicas àqueles que se esquivarem do serviço militar, o que pode incentivar os que fugiram a se estabelecerem definitivamente no exterior. Ainda assim, Zubarevich afirmou que mais de 60% daqueles que partiram continuam trabalhando remotamente para empresas russas. "Alguns deles vão voltar", assegurou.
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