Publicado 04/05/2023 09:40
A coroação do rei Charles III, no próximo sábado, 6, em Londres, será marcada pela pompa e pela tradição de uma cerimônia que data do século X. Mas ainda que o ritual seja fundamental, o novo rei está determinado a torná-lo mais "moderno". Confira a seguir o que se sabe sobre os planos do novo rei para adaptar sua coroação ao século XXI.
Cerca de dois mil convidados são aguardados na Abadia de Westminster, frente aos 8 mil que assistiram, em 1953, à coroação de sua mãe, rainha Elizabeth II, falecida em setembro passado. Naquela ocasião, os organizadores tiveram que erguer grades especiais para acomodar tantas pessoas.
Esta redução do número de convidados se alinha ao objetivo declarado de Charles III de "limitar" o número de membros oficiais da família real, reduzindo-o para os sete principais, incluindo sua esposa, seu filho mais velho e a nora, além dos três filhos do casal.
A duração da cerimônia também será reduzida: das quase três horas de 1953 a pouco mais de uma hora em 2023. Na coroação de Elizabeth II, quase todas as mulheres da realeza e da aristocracia usavam diademas.
Especula-se que o código de vestuário para a coroação de Charles III será mais moderno, com chapéus para todas as convidadas, exceto as de perfil mais elevado.
Um número limitado de assentos para deputados e membros da Câmara Alta do Parlamento, conhecida como Câmara dos Lordes, serão distribuídos por votação entre todos os partidos políticos.
Em 1953, mais de 800 deputados e 900 lordes — incluindo duques, condes, barões e outras personalidades com assento vitalício por terem herdado um título nobiliário — compareceram vestidos com longas togas de veludo escarlate.
Agora, a recomendação é que seus membros não vistam essas indumentárias. Eles poderão optar entre o traje cerimonial usado na abertura das sessões parlamentares ou simples ternos.
A rainha consorte Camilla será coroada com uma coroa que foi confeccionada em 1911 para a rainha Mary, bisavó de Charles III.
Ela será a primeira rainha consorte em quase três séculos a modificar uma coroa já existente ao invés de encomendar uma nova.
O óleo usado para ungir o monarca será vegano. Em unções anteriores foi usado âmbar cinza retirado de intestinos de baleia.
O óleo consagrado que será usado para a cerimônia de Charles III não vai conter ingredientes animais e será usado óleo de oliva perfumado com jasmim, rosa, gergelim, canela e flor de laranjeira, entre outras essências.
Pela primeira vez na História, haverá meninas entre os alunos bolsistas, conhecidos como King's Scholars, da exclusiva Westminster School, que participarão da cerimônia. Em 1953, essa escola no centro de Londres era exclusiva para meninos. Todos vão aclamar o monarca com gritos de "Vivat Rex Carolus!" ("Viva o rei Charles!").
Elizabeth II viajou na ida e na volta de sua cerimônia de coroação na suntuosa, mas desconfortável carruagem de ouro, com 260 anos de antiguidade.
Charles e Camilla só vão usá-la no trajeto de volta. Para a viagem de ida, optaram pela carruagem do jubileu de diamante, mais moderna, equipada com amortecedores, calefação e ar-condicionado.
Também farão um trajeto muito mais curto, de 2km, ao invés dos mais de 7km e duas horas de duração feito por Elizabeth II para que mais pessoas tivessem a chance de vê-la passar.
Diante dos 29 mil membros das forças armadas que participaram da procissão em 1953, o desfile de volta ao Palácio de Buckingham de Charles III será um evento bastante reduzido.
Pouco menos de 4 mil militares vestidos com uniformes de gala, inclusive as bandas musicais, vão acompanhar o rei e a rainha Camilla.
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