Publicado 06/05/2023 10:09
O rei Charles III foi coroado há pouco, em Londres, em uma cerimônia que não acontecia há 70 anos. Embora a coroação seja apenas uma formalidade, visto que Charles se tornou rei automaticamente após a morte da rainha Elizabeth II em setembro, é um rito simbólico de passagem que formaliza o compromisso do monarca com a Coroa. Em seu primeiro ano de reinado, no entanto, Charles terá de enfrentar importantes desafios que podem determinar o futuro da família real e sua relevância na sociedade moderna.
A cerimônia de coroação britânica é o único evento remanescente desse tipo na Europa. Mais de 6 mil membros das forças armadas participarão, incluindo representantes de pelo menos 35 países da Commonwealth, tornando-se a maior operação cerimonial militar no país das últimas sete décadas. A coroação é um serviço religioso anglicano e tem sido realizada, nos últimos 900 anos, na Abadia de Westminster — William, o Conquistador, foi o primeiro monarca a ser coroado lá, e Charles será o 40º.
No entanto, ao contrário da última coroação, realizada em 1953, este será um evento mais reduzido em resposta à crise do alto custo de vida que assola o Reino Unido. Uma cerimônia menor também faria parte dos esforços do rei de modernizar a monarquia, substituindo os dias de opulência por processos mais enxutos.
"Éramos um país muito diferente quando aconteceu a última coroação. Naquela época, mais de 30% da população ainda acreditava que a rainha havia sido designada por Deus", disse Robert Morris, pesquisador sênior da Unidade de Constituição da University College London. Ele mesmo participou das festividades na ocasião. "Eu tinha 15 anos e desfilei carregando um fuzil em Birmingham. Choveu a maior parte do dia e eu me lembro de assistir à cerimônia depois em uma televisão preto e branco de 10 polegadas."
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