Publicado 24/05/2023 10:53
A China apoiará os "interesses fundamentais" da Rússia, afirmou o presidente chinês, Xi Jinping, durante uma reunião em Pequim com o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin.
China e Rússia fortaleceram suas relações diplomáticas e comerciais na última década, uma tendência que se acelerou desde que a Rússia lançou sua ofensiva contra a ex-república soviética.
A China se declarou neutra no conflito e pediu respeito à soberania dos Estados, mas nunca condenou publicamente a operação militar ordenada pelo presidente russo Vladimir Putin, iniciada em fevereiro de 2022.
O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, chegou na segunda-feira, 22, à China e participou na terça-feira, 23, de um fórum econômico em Xangai, antes de viajar a Pequim para se reunir com seu homólogo Li Qiang e com o presidente Xi Jinping. Ele é a principal autoridade russa a visitar a China desde o início da invasão russa da Ucrânia.
A China deseja que os países continuem "apoiando-se firmemente em questões que afetam os interesses centrais de cada um", disse o presidente Xi Jinping a Mishustin, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua.
Este tipo de frase, um tanto vaga, é frequentemente utilizada nas reuniões bilaterais com representantes da Rússia e de outros países, e geralmente é uma referência — no que diz respeito à China — à questão da ilha de Taiwan.
Xi Jinping também pediu "o fortalecimento da coordenação nos cenários multilaterais, como as Nações Unidas, a Organização de Cooperação de Xangai, os Brics ou o G20", segundo a Xinhua.
Sem precedentes
China e Rússia fortaleceram suas relações diplomáticas e comerciais na última década, uma tendência que se acelerou desde que a Rússia lançou sua ofensiva contra a ex-república soviética.
A China se declarou neutra no conflito e pediu respeito à soberania dos Estados, mas nunca condenou publicamente a operação militar ordenada pelo presidente russo Vladimir Putin, iniciada em fevereiro de 2022.
O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, chegou na segunda-feira, 22, à China e participou na terça-feira, 23, de um fórum econômico em Xangai, antes de viajar a Pequim para se reunir com seu homólogo Li Qiang e com o presidente Xi Jinping. Ele é a principal autoridade russa a visitar a China desde o início da invasão russa da Ucrânia.
A China deseja que os países continuem "apoiando-se firmemente em questões que afetam os interesses centrais de cada um", disse o presidente Xi Jinping a Mishustin, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua.
Este tipo de frase, um tanto vaga, é frequentemente utilizada nas reuniões bilaterais com representantes da Rússia e de outros países, e geralmente é uma referência — no que diz respeito à China — à questão da ilha de Taiwan.
Xi Jinping também pediu "o fortalecimento da coordenação nos cenários multilaterais, como as Nações Unidas, a Organização de Cooperação de Xangai, os Brics ou o G20", segundo a Xinhua.
Sem precedentes
Antes de se reunir com Xi, Mishustin conversou com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e destacou que "as relações entre Rússia e China alcançaram um nível sem precedentes".
"Se caracterizam por um respeito mútuo dos interesses do outro, o desejo de responder juntos aos desafios, relacionados a uma maior turbulência do cenário internacional e com a pressão de sanções ilegítimas por parte do Ocidente como um todo", afirmou o primeiro-ministro russo, após uma cerimônia de boas-vindas diante do monumental Grande Salão do Povo, em Pequim.
A China é o primeiro parceiro comercial da Rússia. As transações entre os dois países chegaram a 190 bilhões de dólares em 2022 (991,2 bilhões de reais na cotação da época), de acordo com a Alfândega chinesa.
Na terça, Li Qiang indicou que nos primeiros quatro meses deste ano, o valor das transações já era de 70 bilhões de dólares (350 bilhões de reais na cotação da época), representando um crescimento anual de mais de 40%.
Mikhail Mishustin viajou acompanhado de várias autoridades russas, como o vice-primeiro-ministro, Alexander Novak, encarregado da pasta de Energia.
Preocupações
"Se caracterizam por um respeito mútuo dos interesses do outro, o desejo de responder juntos aos desafios, relacionados a uma maior turbulência do cenário internacional e com a pressão de sanções ilegítimas por parte do Ocidente como um todo", afirmou o primeiro-ministro russo, após uma cerimônia de boas-vindas diante do monumental Grande Salão do Povo, em Pequim.
A China é o primeiro parceiro comercial da Rússia. As transações entre os dois países chegaram a 190 bilhões de dólares em 2022 (991,2 bilhões de reais na cotação da época), de acordo com a Alfândega chinesa.
Na terça, Li Qiang indicou que nos primeiros quatro meses deste ano, o valor das transações já era de 70 bilhões de dólares (350 bilhões de reais na cotação da época), representando um crescimento anual de mais de 40%.
Mikhail Mishustin viajou acompanhado de várias autoridades russas, como o vice-primeiro-ministro, Alexander Novak, encarregado da pasta de Energia.
Preocupações
A China se tornou o primeiro cliente da Rússia no setor de energia no ano passado e evitou o colapso das exportações russas de gás, apesar das sanções ocidentais impostas a Moscou devido à guerra na Ucrânia.
Na terça-feira, Alexander Novak declarou no fórum de Xangai que o fornecimento de energia da Rússia à China aumentará quase 40% em 2023, segundo as agências de notícias russas.
Analistas acreditam que a China, por seu peso econômico e diplomático, tem vantagem no relacionamento bilateral com a Rússia, um desequilíbrio crescente à medida que a comunidade internacional isola cada vez mais o governo de Moscou.
Para Ryan Hass, analista da Brookings Institution, os líderes da Rússia e da China se tornaram "mais próximos por causa das queixas e preocupações do que (por terem) objetivos comuns".
Em fevereiro, o governo chinês publicou um documento que pede uma "solução política" para o conflito na Ucrânia, com o respeito à integridade territorial de todos os países.
Um mês depois, durante uma cúpula em Moscou, Xi convidou o presidente russo Vladimir Putin para visitar Pequim.
Na terça-feira, Alexander Novak declarou no fórum de Xangai que o fornecimento de energia da Rússia à China aumentará quase 40% em 2023, segundo as agências de notícias russas.
Analistas acreditam que a China, por seu peso econômico e diplomático, tem vantagem no relacionamento bilateral com a Rússia, um desequilíbrio crescente à medida que a comunidade internacional isola cada vez mais o governo de Moscou.
Para Ryan Hass, analista da Brookings Institution, os líderes da Rússia e da China se tornaram "mais próximos por causa das queixas e preocupações do que (por terem) objetivos comuns".
Em fevereiro, o governo chinês publicou um documento que pede uma "solução política" para o conflito na Ucrânia, com o respeito à integridade territorial de todos os países.
Um mês depois, durante uma cúpula em Moscou, Xi convidou o presidente russo Vladimir Putin para visitar Pequim.
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