Ultima vez que Harry esteve no país foi na cerimônia de coroação do pai, Rei Charles III, em 6 de maioHannah McKay/REUTERS
Publicado 05/06/2023 12:11
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O príncipe Harry deve testemunhar na terça-feira, 6, a um tribunal de Londres sobre o processo contra um jornal sensacionalista, tornando-se o primeiro membro da família real britânica a depor na Justiça em mais de um século.
Os jornais britânicos esperavam que o filho caçula do rei Charles III, de 38 anos, comparecesse nesta segunda-feira, 5, à audiência do julgamento contra o Mirror Group Newspapers (MGN), editor do jornal Mirror e da revista Sunday People, entre outras publicações. Jornalistas e fotógrafos aguardavam por ele desde o início da manhã na entrada da Alta Corte de Londres.
Seu advogado, David Sherborne, informou, no entanto, que ele vai depor somente na terça, pois estava comemorando o segundo aniversário de sua filha, na Califórnia, e não chegaria ao Reino Unido antes da noite de domingo, 4.
A última vez que o duque de Sussex esteve no país foi na cerimônia de coroação do pai, em 6 de maio. Ele compareceu ao evento sem a esposa, a atriz americana Meghan Markle, e depois voltou imediatamente para os Estados Unidos, onde o casal reside desde 2020.
Harry e outras celebridades acusam a MGN de coletar informações sobre eles de forma ilegal, incluindo invasão do telefone. A terça-feira marcará a primeira declaração de um membro da realeza britânica em um tribunal desde Edward VII, por ocasião de um julgamento por difamação em 1890, antes de se tornar monarca.
Harry, que abalou a monarquia britânica quando ele e Meghan anunciaram, há mais de três anos, que estavam deixando a instituição, tem outros processos abertos contra a imprensa em seu país. Entre os motivos para deixar o Reino Unido, o casal citou a pressão insuportável da mídia e ataques racistas à atriz.
Harry já apareceu de surpresa em um tribunal de Londres em março, em outro processo por violação de privacidade movido por várias celebridades - como o cantor Elton John - contra o grupo Associated Newspapers Ltd, editor do jornal Daily Mail. Mas ele não falou no julgamento, apenas apresentou seu testemunho por escrito.
O príncipe, quinto na linha de sucessão ao trono, e sua esposa mantêm relações muito tensas com a imprensa. Há algumas semanas, ambos relataram que sofreram uma perseguição de carro "quase catastrófica" por parte de paparazzi nas ruas de Nova York.
As autoridades locais minimizaram o episódio, que lembrou o acidente de trânsito de 1997, em Paris, que matou a mãe de Harry, a princesa Diana, enquanto era perseguido por fotógrafos.
Em sua série documental "Harry & Meghan" e em seu explosivo livro de memórias "O que sobra", o príncipe acusou outros membros da monarquia britânica de conivência com a imprensa. E, em documentos apresentados aos tribunais em abril, afirmou que a família real havia chegado a um "acordo secreto" com um editor para evitar que qualquer um de seus membros tivesse que depor.
Isso o impediu, alegou Harry, de entrar com uma ação enquanto fazia parte da realeza. Harry e outros famosos, incluindo dois atores de televisão e a ex-esposa de um comediante, acusam algumas publicações do grupo MGN de coletar informações sobre eles usando métodos ilegais.
No início do julgamento, em 10 de maio, o MGN reconheceu "alguns indícios" de coleta ilícita de informações, pediu desculpas e garantiu que "esta conduta nunca mais se repetirá". O advogado Andrew Green negou, no entanto, que as mensagens de correio de voz tenham sido hackeadas e argumentou que alguns processos foram apresentados tarde demais, décadas depois dos supostos eventos.
Sherborne denunciou, por sua vez, atividades ilegais "em escala industrial" por parte da MGN, com a aprovação de altos executivos. Um biógrafo do príncipe, Omid Scobie, coautor de um livro sobre Harry e Meghan publicado em 2020, testemunhou que, enquanto estagiava no Sunday People, ele foi ensinado a hackear mensagens de voz.
Também contou que, quando trabalhou no Mirror ouviu o então editor Piers Morgan dizer que uma informação sobre a cantora Kylie Minogue havia sido obtida com uma mensagem de voz. Morgan, diretor do tabloide de 1995 a 2004, negou qualquer envolvimento na invasão dos telefones.
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