Publicado 11/06/2023 13:49
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se dirigiu aos seus apoiadores, neste sábado, 10, pela primeira vez desde suas acusações federais, que levaram a corrida presidencial de 2024 para um território desconhecido e com potencial profundamente desestabilizador. No evento, o republicano chamou os indiciamentos de "piada".
Divulgadas na sexta-feira, 9, as 37 acusações federais contra Trump se concentram em sua suposta má gestão de documentos confidenciais, expondo o ex-presidente (2017-2021) a uma prestação de contas muito mais severa do que os processos relacionados com má conduta pessoal, política e comercial enfrentados antes.
Essa aparição também prepara o cenário para uma corrida à Casa Branca em um ambiente sem precedentes, com o Departamento de Justiça do governo do presidente democrata Joe Biden buscando processar aquele que é claramente o favorito para a indicação republicana.
Trump, que denuncia uma caça às bruxas por motivos políticos, fez pronunciamentos em duas convenções republicanas, nos estados da Geórgia e da Carolina do Norte.
"Estamos lidando com lunáticos insanos", disse o pré-candidato republicano em seu comício em Greensboro, na Carolina do Norte.
"A acusação infundada contra mim pelo Departamento armado da Injustiça da administração Biden será lembrada como um dos abusos de poder mais horrorosos na história do nosso país", afirmou o político.
Mais cedo, em Columbus, na Geórgia, Trump criticou Biden e o Departamento de Justiça, alegando, perante a multidão, que está sendo falsamente acusado e perseguido nos tribunais por sua busca por um segundo mandato na Casa Branca.
"É por isso que eles fazem isso. Se não fosse assim, não haveria caça às bruxas, não haveria acusação", declarou a seus seguidores.
Os dois eventos ocorrem poucos dias antes de Trump comparecer a um tribunal federal na cidade de Miami para responder a acusações explosivas de que ele pôs a segurança nacional dos Estados Unidos "em risco" pela maneira de lidar com arquivos confidenciais da Casa Branca, algo inédito para um ex-presidente.
Apresentadas pelo procurador especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, as acusações incluem "retenção ilegal de informações de segurança nacional" e "obstrução da justiça", cada uma com pena de até 20 anos de prisão.
Trump já respondeu à acusação com uma série de postagens em sua plataforma Truth Social e uma declaração em vídeo, chamando Smith de "perturbado" e de "odiador de Trump". Em sua visão, a acusação constitui uma interferência eleitoral orquestrada por Biden e sua campanha, visando às eleições de 2024. "Estão me perseguindo porque agora voltamos a liderar as pesquisas muito à frente de Biden", disse.
A resposta de muitos republicanos, incluindo alguns adversários de Trump na disputa pela indicação do partido, tem sido apoiar o ex-presidente e amplificar sua indignação.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, que é considerado seu principal concorrente pela nomeação republicana, também acredita que o Departamento de Justiça está "armado" para conduzir uma campanha contra os candidatos de sua legenda.
O presidente da Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, que teve uma relação de altos e baixos com Trump, disse que a acusação representa um "dia sombrio" para o país.
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