Brasileiro é preso na Argentina por tentar assassinar Cristina Kirchner Reprodução
Publicado 13/06/2023 18:03 | Atualizado 13/06/2023 18:06
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Buenos Aires - A Justiça argentina decidiu avançar, nesta segunda-feira (12), para a fase de julgamento no processo em curso contra três acusados pela tentativa de assassinato da ex-presidente e atual vice Cristina Kirchner, que era contrária a essa movimentação e pedia a reunião de mais provas.
A entrada na fase de julgamento implica o encerramento do inquérito e foi pedida pelo promotor Carlos Rívolo em 30 de maio. A defesa dos três acusados não apresentou nenhuma objeção a essa movimentação, assim a magistrada María Eugenia Capuchetti deu continuidade ao processo, segundo a resolução publicada pela imprensa argentina.
Em sua denúncia, os representantes de Cristina exigiam que se investigasse a possível presença de autores intelectuais e financiadores do ataque. Ainda assim, eles vão participar como parte acusadora no julgamento, disse o advogado José Manuel Ubeira.
"Levar o caso a julgamento por partes é uma prática incorreta e prejudica a descoberta da verdade", advertiu Ubeira quando o promotor solicitou a conclusão do inquérito.
O ataque ocorreu em 1º de setembro de 2022, em frente à residência de Cristina Kirchner, quando um dos detidos, Fernando Sabag Montiel, armado com uma pistola, misturou-se a um grupo de simpatizantes, aproximou-se da vice-presidente e apertou várias vezes o gatilho, mas a arma não disparou.
Naquele momento, um tribunal julgava a ex-presidente por um caso de corrupção e depois a condenou a seis anos de prisão e à inabilitação política. Cristina recorreu da sentença e atribuiu a mesma a uma perseguição política. Depois disso, ela acabou desistindo de concorrer nas próximas eleições de outubro.
Sabag Montiel, de 35 anos, e sua namorada Brenda Uliarte, de 23, foram denunciados como coautores. Nicolás Carrizo, de 27 anos, e que empregava o casal como vendedores ambulantes, foi acusado como "partícipe necessário".
A caso foi classificado pelo promotor como "homicídio duplamente qualificado por aleivosia e por cooperação premeditada entre duas ou mais pessoas, agravado pelo uso de arma de fogo, em grau de tentativa".
Em sua decisão, a juíza lembrou que o promotor considerou que, do inquérito, "não surgiu qualquer vínculo dos citados com qualquer grupo ou pessoa" que tivesse lhes oferecido assistência para cometer o crime. O promotor também descartou a existência de elementos que comprovassem "a colaboração de terceiros com dinheiro para o atentado".
Ao saber da decisão da Justiça, Cristina Kirchner ressaltou que "todo inquérito se caracterizou por evitar que se descubra a verdade. Está repleto de testemunhas que apagaram [os dados de] seus telefones, provas que foram destruídas sem que suas causas e motivações fossem investigadas, e uma tentativa evidente e desesperada de evitar encontrar a possível participação de terceiros, financiadores e instigadores".
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