Publicado 15/06/2023 08:03 | Atualizado 15/06/2023 08:05
Uma senadora australiana reafirmou, nesta quinta-feira (15), as acusações de agressão sexual que sofreu dentro do Parlamento por um colega legislador, que foi suspenso por seu partido. Ela havia falado sobre o caso no dia anterior.
Lidia Thorpe explicou, emocionada, em um discurso no Senado, que foi vítima de "comentários sexuais", encurralada em algumas escadas, "tocada de forma inadequada" e que recebeu "proposições" de "homens poderosos". Ela afirmou que o Parlamento australiano "não é um lugar seguro para as mulheres".
Na quarta-feira, Thorpe acusou o senador conservador David Van de agressão sexual, mas depois foi forçada a retirar a declaração sob ameaça de sanção legislativa. Nesta quinta-feira, Thorpe reafirmou a maioria de suas denúncias contra Van, que negou as acusações.
"Eu sofri por ser seguida, me fizeram propostas agressivas e me tocaram de forma inadequada", disse ela.
Visivelmente comovido, Van respondeu no Parlamento que as acusações são "escandalosas" e "inventadas" e pediu uma investigação. Com as mãos trêmulas ao ler um texto, Van acusou Thorpe de "desacreditar o Senado" e "se esconder sob a proteção do privilégio parlamentar".
O Partido Liberal suspendeu Van nesta quinta-feira devido às denúncias, que abalaram a política de Canberra e reacenderam as acusações de que o caldeirão democrático da Austrália também é um bastião do sexismo e misoginia.
Uma pesquisa de 2021 sobre a "cultura sexista" do Parlamento australiano revelou evidências abundantes de assédio sexual e intimidação contra legisladoras e funcionárias.
Uma em cada três pessoas que trabalhavam no Parlamento na época relatou ter sido "vítima de algum tipo de assédio sexual no trabalho", de acordo com uma pesquisa encomendada pelo governo.
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