Publicado 19/06/2023 16:44
A comunidade internacional prometeu, nesta segunda-feira (19), 1,5 bilhão de dólares (R$ 7,16 bilhões na cotação atual) em ajuda para responder à crise humanitária no Sudão, envolto em uma espiral de "morte e destruição" desde o início do conflito, há dois meses.
"Hoje, os doadores anunciaram cerca de 1,5 bilhão de dólares para a resposta humanitária no Sudão e na região", disse o secretário-geral adjunto de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, após uma conferência de doadores em Genebra.
O encontro coincidiu com um cessar-fogo de três dias no país africano, onde os combates opõem desde 15 de abril o comandante do exército, general Fatah al Burhan, aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), comandadas pelo general Mohamed Hamdan Daglo.
Embora Griffiths tenha agradecido a generosidade dos doadores, o valor prometido representa apenas metade do total reivindicado pelas agências humanitárias para este ano.
Até agora, a ONU só havia recebido 17% dos US$ 3 bilhões (R$ 14,3 bilhões) requeridos.
A organização internacional ressalta que 25 milhões de pessoas - metade da população - dependem de ajuda humanitária para sobreviver.
"Esta crise exigirá um apoio financeiro sustentado e espero que todos possamos manter o Sudão no topo da nossa agenda", exortou Griffiths.
'Morte e destruição'
"Hoje, os doadores anunciaram cerca de 1,5 bilhão de dólares para a resposta humanitária no Sudão e na região", disse o secretário-geral adjunto de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, após uma conferência de doadores em Genebra.
O encontro coincidiu com um cessar-fogo de três dias no país africano, onde os combates opõem desde 15 de abril o comandante do exército, general Fatah al Burhan, aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), comandadas pelo general Mohamed Hamdan Daglo.
Embora Griffiths tenha agradecido a generosidade dos doadores, o valor prometido representa apenas metade do total reivindicado pelas agências humanitárias para este ano.
Até agora, a ONU só havia recebido 17% dos US$ 3 bilhões (R$ 14,3 bilhões) requeridos.
A organização internacional ressalta que 25 milhões de pessoas - metade da população - dependem de ajuda humanitária para sobreviver.
"Esta crise exigirá um apoio financeiro sustentado e espero que todos possamos manter o Sudão no topo da nossa agenda", exortou Griffiths.
'Morte e destruição'
Apesar da trégua, o secretário-geral da ONU, António Guterres, considerou que o Sudão está mergulhando em uma espiral de "morte e destruição" a uma velocidade "sem precedentes".
"Sem um apoio internacional forte, o Sudão poderia se tornar rapidamente em um local de anarquia, causador de insegurança em toda a região", alertou.
A guerra já matou mais de 2.000 pessoas, segundo a ONG ACLED, e deixou mais de 2,5 milhões de deslocados e refugiados, segundo a ONU.
A Alemanha, coanfitriã da conferência juntamente com União Europeia, Catar, Egito e Arábia Saudita, prometeu doar 200 milhões de euros (1,04 bilhão de reais na cotação atual) até 2024.
O Catar prometeu US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 239 milhões) e a UE, 190 milhões de euros (cerca de 992 milhões de reais) em ajuda humanitária e para o desenvolvimento.
Cessar-fogo
"Sem um apoio internacional forte, o Sudão poderia se tornar rapidamente em um local de anarquia, causador de insegurança em toda a região", alertou.
A guerra já matou mais de 2.000 pessoas, segundo a ONG ACLED, e deixou mais de 2,5 milhões de deslocados e refugiados, segundo a ONU.
A Alemanha, coanfitriã da conferência juntamente com União Europeia, Catar, Egito e Arábia Saudita, prometeu doar 200 milhões de euros (1,04 bilhão de reais na cotação atual) até 2024.
O Catar prometeu US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 239 milhões) e a UE, 190 milhões de euros (cerca de 992 milhões de reais) em ajuda humanitária e para o desenvolvimento.
Cessar-fogo
A trégua atual, anunciada pelos mediadores Arábia Saudita e Estados Unidos, entrou em vigor às 6h locais (01h de Brasília) de domingo.
As duas partes se comprometeram a respeitar o cessar-fogo, apesar de as tréguas anteriores terem sido violadas sistematicamente.
Várias testemunhas consultadas nesta segunda-feira pela AFP em Cartum garantiram que não foi ouvido nenhum confronto na capital sudanesa, de cinco milhões de habitantes.
Mas o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) denunciou que a trégua foi violada quando "uma transferência de soldados" do exército, nas mãos dos paramilitares, fracassou por causa de "disparos".
O objetivo do cessar-fogo é permitir a livre circulação e a entrega de ajuda no país, um dos mais pobres do mundo.
'Desastre humanitário'
As duas partes se comprometeram a respeitar o cessar-fogo, apesar de as tréguas anteriores terem sido violadas sistematicamente.
Várias testemunhas consultadas nesta segunda-feira pela AFP em Cartum garantiram que não foi ouvido nenhum confronto na capital sudanesa, de cinco milhões de habitantes.
Mas o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) denunciou que a trégua foi violada quando "uma transferência de soldados" do exército, nas mãos dos paramilitares, fracassou por causa de "disparos".
O objetivo do cessar-fogo é permitir a livre circulação e a entrega de ajuda no país, um dos mais pobres do mundo.
'Desastre humanitário'
A situação é especialmente preocupante na região de Darfur, no oeste do país, na fronteira com o Chade. Os confrontos nesta área opõem os militares e os paramilitares, mas também civis armados.
Nos últimos quatro dias, "15.000 sudaneses, entre eles quase 900 feridos" fugiram da violência contra civis em Geneina, no oeste de Darfur, rumo a Adré, no vizinho Chade, segundo a organização Médicos sem Fronteiras (MSF). Mais de 150 mil pessoas fugiram para o Chade desde o início dos combates, segundo a ONU.
Durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos sobre o Sudão, realizada nesta segunda, o embaixador britânico, Simon Manley, se disse "especialmente horrorizado com os informes de aumento da violência étnica, a violência sexual e de gênero em algumas partes de Darfur".
Darfur, que já foi devastada por uma guerra civil no começo dos anos 2000, caminha para um novo "desastre humanitário", alertou na quinta-feira o secretário-geral adjunto para assuntos humanitários da ONU, Martin Griffiths.
Nos últimos quatro dias, "15.000 sudaneses, entre eles quase 900 feridos" fugiram da violência contra civis em Geneina, no oeste de Darfur, rumo a Adré, no vizinho Chade, segundo a organização Médicos sem Fronteiras (MSF). Mais de 150 mil pessoas fugiram para o Chade desde o início dos combates, segundo a ONU.
Durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos sobre o Sudão, realizada nesta segunda, o embaixador britânico, Simon Manley, se disse "especialmente horrorizado com os informes de aumento da violência étnica, a violência sexual e de gênero em algumas partes de Darfur".
Darfur, que já foi devastada por uma guerra civil no começo dos anos 2000, caminha para um novo "desastre humanitário", alertou na quinta-feira o secretário-geral adjunto para assuntos humanitários da ONU, Martin Griffiths.
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