Rússia atinge prédio residencial na cidade de Dnipro na UcrâniaReprodução/Redes Sociais
Publicado 21/06/2023 12:53
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A Rússia deverá pagar pela reconstrução da Ucrânia, afirmaram nesta quarta-feira, 21, os representantes dos Estados Unidos, Reino Unido e de vários países europeus reunidos em Londres para uma conferência internacional que recebeu promessas de bilhões de dólares para estimular a economia ucraniana, dizimada pela guerra.

"Sejamos claros: a Rússia está provocando a destruição da Ucrânia. E a Rússia acabará assumindo o custo da reconstrução", afirmou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ao anunciar uma ajuda adicional de Washington, de 1,3 bilhão de dólares (6,2 bilhões de reais), destinada principalmente às infraestruturas essenciais.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que "o agressor deve ser considerado responsável".

"Está claro que a Rússia deve pagar pela destruição que infligiu. Por isto, nós estamos trabalhando com nossos aliados para explorar formas legais de utilizar os ativos russos congelados", que totalizam dezenas de bilhões de dólares, afirmou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.

Governantes e representantes de mais de 60 países iniciaram na capital britânica uma reunião de dois dias, cujo objetivo é arrecadar recursos para apoiar a economia de um país submetido a 16 meses de uma guerra devastadora.

"Cada dia de agressão russa provoca novas ruínas, milhares e milhares de casas destruídas, indústrias devastadas, vidas queimadas", afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que abriu a conferência participando por vídeo, no momento em que o Exército ucraniano tenta, com uma grande contraofensiva, recuperar territórios conquistados pelos russos desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

Posteriormente, seu primeiro-ministro, Denis Shmigal, estimou os danos ambientais causados pela destruição, no início deste mês, da represa hidrelétrica de Kakhovka, no rio Dnieper, em 1,5 bilhão de dólares (7,1 bilhões de reais), o que causou graves inundações.

Esta "estimativa preliminar (...) não inclui perdas na agricultura, infraestruturas, habitação, ou o custo de reconstrução da própria central", disse em uma coletiva de imprensa em Londres.

Plano Marshall
O Banco Mundial calculou em 14 bilhões de dólares (R$ 67 bilhões) as necessidades imediatas da Ucrânia para reparar os danos provocados pela guerra.

Mas a recuperação mais ampla da economia foi avaliada em US$ 441 bilhões (R$ 2,11 bilhões) por um estudo recente do Banco Mundial, ONU, União Europeia e o governo ucraniano. O valor aumentará com a prorrogação do conflito.

O chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, comparou em dezembro a ajuda que a Ucrânia precisa ao "Plano Marshall" aplicado pelos Estados Unidos para reconstruir a Europa após a Segunda Guerra Mundial.

A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, prometeu nesta quarta-feira 381 milhões de euros adicionais para ajuda humanitária em 2023, o que eleva o aporte do país, incluindo a ajuda militar, para 16,8 bilhões de euros (R$ 88 bilhões).

Antes do início da conferência, o Reino Unido anunciou um novo plano de apoio de 3 bilhões de dólares (R$ 14,3 bilhões) durante os próximos três anos, na forma de garantias de créditos do Banco Mundial para financiar os serviços públicos ucranianos.

Isto elevará a ajuda britânica não militar para 4,7 bilhões libras (R$ 28,7 bilhões), de acordo com Downing Street.

"A reconstrução da economia ucraniana é tão importante quanto sua estratégia militar", afirmou Sunak, que pediu a contribuição dos investidores de todo o mundo para esse esforço.

Esta é a segunda conferência para a reconstrução da Ucrânia, depois de um evento organizado, no ano passado, na Suíça. Centenas de executivos de grandes empresas e ONGs participam da reunião, que pretende envolver o setor privado.

O encontro será uma oportunidade para lançar oficialmente a "Ukraine Business Compact", iniciativa que convida empresas do mundo inteiro a apoiar a reconstrução do país, ao lado das principais instituições financeiras.

O Banco Mundial já se comprometeu com 23 bilhões de dólares (R$ 110 bilhões) de financiamento desde o início do conflito, na forma de empréstimos e subsídios.
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