Submarino tem capacidade de emergir 4 mil metrosAFP
Publicado 21/06/2023 16:45
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A estrutura do submarino Titan, da OceanGate, tem sido palco de discussões entre os especialistas, após o desaparecimento do submersível nos últimos dias. Dois ex-funcionários da empresa levantaram questionamentos acerca da segurança da embarcação, principalmente em relação à espessura do casco.
Os testes de segurança feitos no desenvolvimento do submersível vêm sendo questionados por um laboratório de pesquisa, que mostra informações conflitantes quanto à engenharia utilizada.
Dentre os ex-funcionários que mostram preocupações quanto a embarcação, está David Lochridge, que trabalhou na empresa entre 2015 e 2018. Durante esse período, ele atuava como diretor de operações marítimas.
A relação entre Lochridge e a OceanGate não terminou bem, com o contrato sendo recindido em 2018 e o ex-diretor e sua esposa sendo processados. Na alegação, é dito que o ex-funcionário compartilhou informações confidenciais, se apropriou indevidamente de segredos comerciais e usou a empresa para assistência imigratória. Eles afirmam ainda que Lochridge inventou motivos para que fosse demitido.
Durante o processo, ficou entendido que Lochridge não é engenheiro, e o classificou como um piloto de submersível e mergulhador. Ele afirma que o CEO da empresa terio o encarregado de realizar uma inspeção do submersível.
Mas ele alega que na realidade foi demitido sem justificativa, apenas por levantar preocupações com a segurança do Titan, e os testes que eram feitos. Segundo ele, nenhum teste não destrutivo foi realizado para verificar "delaminações, porosidade e vazios de adesão suficiente da cola usada devido à espessura do casco”.
A ação foi encerrada em 2018, mas os termos não foram divulgados. Segundos os arquivos judiciais, outros testes começaram a ser realizados após o processo.
Em uma conversa com o jornal CNN, outro ex-funcionário, que trabalhou na mesma época de Lochridge, disse que ficou preocupado com o casco de fibra de carbono do Titan, assim que ele chegou. Ele não se identificou por conta de não poder comentar o caso publicamente.
Segundo ele, o casco teria cerca de 12 centímetros de espessura, enquanto o recomendado pelos engenheiros da própria empresa era de 17 centímetros. Ele trabelhou cerca de dois meses e meio na empresa como técnico de operações. Em geral, ajuda no reboque dos submersíveis, para poder preparar eles para o mergulho.
O ex-funcionário diz que as preocupações foram levantadas por alguns contratantes e outros empregados, mas que o CEO sempre ficava na defensiva durante as reuniões com os funcionários. Ele disse que uma vez questionou a segurança e que a OceanGate poderia estar violando as leis de inspeções da Guarda Costeira, nos Estados Unidos, e acabou sendo dispensado no mesmo instante.
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