Publicado 28/06/2023 14:43
Um homem queimou várias páginas de uma cópia do Alcorão do lado de fora da maior mesquita de Estocolmo, em um protesto autorizado pela polícia sueca nesta quarta-feira (28), primeiro dia do feriado muçulmano de Aid al Adha.
O evento ocorreu sem incidentes e sob vigilância policial, observaram os jornalistas da AFP. Um grupo de mais de 100 pessoas, entre pedestres, curiosos e jornalistas, testemunhou a queima organizada por Salwan Momika, um iraquiano de 37 anos que fugiu de seu país e se estabeleceu na Suécia.
Momika pisou no livro sagrado muçulmano antes de colocar fatias de bacon entre suas páginas e queimar algumas delas.
"É uma loucura, é uma loucura total, só existe ódio por trás dos termos de democracia e liberdade", reagiu Noa Omran, uma artista de 32 anos presente durante o protesto, aludindo aos conceitos apresentados pelo organizador.
Horas antes, a polícia sueca informou que autorizou esse protesto no qual Salwan Momika já havia avisado que planejava queimar um Alcorão.
"A polícia autoriza a reunião, porque os riscos de segurança" ligados à queima do Alcorão "não são tão grandes a ponto de proibi-la", afirmou na sua decisão.
Durante a tarde, porém, anunciou que vai processar o organizador, por incitação ao ódio.
Em janeiro, a queima de um Alcorão em frente à embaixada turca na cidade provocou semanas de protestos e pedidos de boicote aos produtos suecos.
O episódio também atrasou ainda mais o processo de adesão da Suécia à Otan, bloqueado por Ancara. No pedido de autorização para protestar nesta quarta-feira, o organizador disse que quer "expressar (sua) opinião sobre o Alcorão".
"Vou destruir o Alcorão e queimá-lo", escreveu. A polícia proibiu dois protestos semelhantes em 6 e 9 de fevereiro, alegando que representavam riscos à ordem pública.
Os manifestantes recorreram da decisão e um tribunal administrativo deu razão ao grupo no início de abril. Em meados de junho, um tribunal de apelação manteve a sentença de primeira instância.
Com base nestas opiniões, a polícia decidiu autorizar esta última manifestação, poucos dias antes da reunião de cúpula da Otan em Vilnius, em 11 e 12 de julho, na qual Estocolmo espera avançar no seu processo de adesão à Aliança Atlântica.
Segundo a polícia, a destruição de Alcorões com fogo é um fenômeno crescente no país, o que tornou a Suécia um "alvo prioritário de ataques".
Ato "vil" e "desprezível" para a Turquia
O evento ocorreu sem incidentes e sob vigilância policial, observaram os jornalistas da AFP. Um grupo de mais de 100 pessoas, entre pedestres, curiosos e jornalistas, testemunhou a queima organizada por Salwan Momika, um iraquiano de 37 anos que fugiu de seu país e se estabeleceu na Suécia.
Momika pisou no livro sagrado muçulmano antes de colocar fatias de bacon entre suas páginas e queimar algumas delas.
"É uma loucura, é uma loucura total, só existe ódio por trás dos termos de democracia e liberdade", reagiu Noa Omran, uma artista de 32 anos presente durante o protesto, aludindo aos conceitos apresentados pelo organizador.
Horas antes, a polícia sueca informou que autorizou esse protesto no qual Salwan Momika já havia avisado que planejava queimar um Alcorão.
"A polícia autoriza a reunião, porque os riscos de segurança" ligados à queima do Alcorão "não são tão grandes a ponto de proibi-la", afirmou na sua decisão.
Durante a tarde, porém, anunciou que vai processar o organizador, por incitação ao ódio.
Em janeiro, a queima de um Alcorão em frente à embaixada turca na cidade provocou semanas de protestos e pedidos de boicote aos produtos suecos.
O episódio também atrasou ainda mais o processo de adesão da Suécia à Otan, bloqueado por Ancara. No pedido de autorização para protestar nesta quarta-feira, o organizador disse que quer "expressar (sua) opinião sobre o Alcorão".
"Vou destruir o Alcorão e queimá-lo", escreveu. A polícia proibiu dois protestos semelhantes em 6 e 9 de fevereiro, alegando que representavam riscos à ordem pública.
Os manifestantes recorreram da decisão e um tribunal administrativo deu razão ao grupo no início de abril. Em meados de junho, um tribunal de apelação manteve a sentença de primeira instância.
Com base nestas opiniões, a polícia decidiu autorizar esta última manifestação, poucos dias antes da reunião de cúpula da Otan em Vilnius, em 11 e 12 de julho, na qual Estocolmo espera avançar no seu processo de adesão à Aliança Atlântica.
Segundo a polícia, a destruição de Alcorões com fogo é um fenômeno crescente no país, o que tornou a Suécia um "alvo prioritário de ataques".
Ato "vil" e "desprezível" para a Turquia
O ato provocou a ira do ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Frida, que denunciou no Twitter um ato "vil" e "desprezível".
"É inaceitável permitir essas ações anti-islâmicas sob o pretexto da liberdade de expressão", acrescentou.
Segundo um artigo do jornal sueco Aftonbladet datado de 5 de abril, Momika assegurou que sua intenção com esse pedido não é dificultar a adesão sueca à Aliança atlântica.
"Não quero prejudicar o país que me acolheu e preservou a minha dignidade", apontou ao jornal e pediu que o Alcorão seja proibido na Suécia.
A Turquia bloqueia a candidatura da Suécia na OTAN, que necessita de autorização unânime dos membros da Aliança, pois considera que a Suécia não atua contra os grupos curdos radicados no país, a quem considera "terroristas".
"É inaceitável permitir essas ações anti-islâmicas sob o pretexto da liberdade de expressão", acrescentou.
Segundo um artigo do jornal sueco Aftonbladet datado de 5 de abril, Momika assegurou que sua intenção com esse pedido não é dificultar a adesão sueca à Aliança atlântica.
"Não quero prejudicar o país que me acolheu e preservou a minha dignidade", apontou ao jornal e pediu que o Alcorão seja proibido na Suécia.
A Turquia bloqueia a candidatura da Suécia na OTAN, que necessita de autorização unânime dos membros da Aliança, pois considera que a Suécia não atua contra os grupos curdos radicados no país, a quem considera "terroristas".
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