Grupo é comandado pelo russo Yevgeny PrigozhinReprodução
Publicado 03/07/2023 08:21
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A televisão estatal da Rússia acusou, neste domingo, 2, o chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin — que protagonizou um fracassado motim no mês passado — de ter enlouquecido após receber quantidades milionárias de dinheiro público.
"Prigozhin enlouqueceu, devido à grande quantidade de dinheiro", afirmou Dmitry Kiselyov, uma das principais figuras do aparato midiático do Kremlin, em seu programa semanal.
"O sentimento de acreditar que tinha tudo permitido começou há tempos, desde as operações (do Wagner) na Síria e na África", disse ele, acrescentando que essa sensação se "reafirmou" depois da tomada das localidades ucranianas de Soledar e Bakhmut pelos mercenários de Prigozhin.
Para Kiselyov, o paramilitar "acreditou que poderia se opor, ao mesmo tempo, ao Ministério russo da Defesa, ao Estado e, até mesmo, ao presidente".
O apresentador disse, sem apresentar provas, que o grupo recebeu 9,6 bilhões de dólares de dinheiro público (aproximadamente R$ 47 bilhões).
De sua parte, o 'Wall Street Journal' informou neste domingo que agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em russo) invadiram a sede do Grupo Wagner em São Petersburgo em busca de provas contra Prigozhin. O grupo disse no Telegram no sábado que estava se mudando, mas continuaria operando sob um "novo formato".
Para Kiselyov, "um dos maiores fatores" do motim do grupo Wagner é a negativa do Ministério russo da Defesa de prolongar contratos firmados com a empresa de alimentação Concord, que também pertence a Prigozhin.
A rebelião de combatentes do grupo Wagner de 23 de junho abalou o poder na Rússia, em plena ofensiva na Ucrânia.
Durante várias horas, os efetivos do Wagner ocuparam um quartel do Exército russo na cidade de Rostov e avançaram centenas de quilômetros em direção à capital do país, Moscou.
O motim foi abortado depois de 24h com um acordo para que Prigozhin deixasse a Rússia e fosse para Belarus.
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