Publicado 05/07/2023 20:26
A Groenlândia está enfrentando um episódio de derretimento de camadas de gelo, fenômeno que pode ser atribuído à persistente onda de calor que varre o Ártico, segundo a União Europeia (UE). Imagens do satélite Copernicus Sentinel-2, capturadas em 29 de junho e 3 de julho, mostram as mudanças na cobertura de neve em Nares Land, uma ilha localizada ao norte da Groenlândia.
Segundo a União Europeia, a temperatura no Ártico nos últimos dias foi cerca de 10ºC acima da média do período, o que fez com que toda a cobertura de neve da Nares Land derretesse em apenas quatro dias, expondo uma calota de gelo subjacente. Os dados abertos do Copernicus fornecem informações valiosas sobre as consequências das mudanças climáticas no Ártico e na região da Antártida.
ANTÁRTIDA
Na semana passada, foi registrado um recorde que também mostra o efeito cada vez maior das mudanças climáticas: a extensão do gelo marinho formado na Antártida foi a menor para o dia 27 de junho desde o início da medição, em 1979. Na data, uma terça-feira, a extensão do mar congelado na região era de 11,7 milhões de quilômetros quadrados, 1,2 milhão abaixo da menor extensão para o dia, registrada em 2022. O patamar desta semana também ficou 2,6 milhões de quilômetros quadrados abaixo da média para esse dia, considerado o período de 1981 a 2010.
A tendência de queda começou a ser registrada há quatro anos. Os dados são do National Snow and Ice Data Center (NSIDC, sigla em inglês para Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo), centro de informação dos Estados Unidos que apoia a investigação polar
INÍCIO DO EL NIÑO
A observação do derretimento das calotas ocorre semanas após o início da formação do El Niño, fenômeno caracterizado pelo aumento da temperatura na superfície do oceano Pacífico, na região equatorial. Nesta terça-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu aos governos que antecipem as consequências do fenômeno "para salvar vidas e meios de subsistência".
Em partes do sul da América Latina, no sul dos Estados Unidos, em parte da África e na Ásia central, o El Niño está associado ao aumento das chuvas. E pode causar secas em Austrália, Indonésia e em partes do sudeste asiático e da América Central.
Por outro lado, suas águas quentes podem alimentar furacões no centro e no leste do Oceano Pacífico e retardar a formação desses ciclones no Atlântico. Os efeitos nas temperaturas mundiais geralmente são percebidos no ano seguinte ao desenvolvimento do fenômeno. O El Niño acontece em média a cada dois a sete anos e geralmente dura entre nove e 12 meses.
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