Leslie Van Houten em dezembro de 1969 Reprodução / CBS
Publicado 11/07/2023 12:23
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Leslie Van Houten, de 73 anos, uma das discípulas de Charles Manson, que cumpre prisão perpétua por sua participação em dois homicídios, poderá sair da cadeia. Conforme decidiu um tribunal de apelações da Califórnia, nos Estados Unidos, ela apresenta condições para optar pela liberdade condicional. 
Van Houten tinha apenas 19 anos quando se juntou à "família" de Manson, uma seita que se envolveu em uma série de crimes e assassinatos, e foi responsável pela morte da atriz Sharon Tate, crime que causou comoção nos EUA. Grávida de oito meses, a esposa do diretor Roman Polanski foi assassinada em Los Angeles em 1969.
A garota, que era a mais nova do grupo, não participou deste crime contra a atriz, mas participou do homicídio de Leno e Rosemary LaBianca na noite seguinte, também na Califórnia. Leslie foi julgada pela primeira vez em 1971, e na Justiça contou que esfaqueou cerca de 15 vezes a barriga da mulher, e ainda afirmou ter limpado suas digitais de objetos que poderiam incriminá-la e queimado as próprias roupas depois do crime.
Além disso, ela também disse que pegou queijo e leite achocolatado da geladeira das vítimas antes de sair da casa onde moravam.
Após 53 anos presa, depois de ser condenada à prisão perpétua, ela pode se tornar a primeira mulher da "família" a deixar a prisão e passar a cumprir a pena em liberdade condicional. 
A Suprema Corte da Justiça da Califórnia decidiu que ela atende as condições para passar para a liberdade condicional. "Van Houten tem apresentado esforços de reabilitação extraordinários, perspicácia, arrependimento, planos realistas de liberdade condicional, apoio da família e amigos, relatórios institucionais favoráveis", escreveu a juíza Helen I. Bendix em sua decisão.
O governador do estado, Gavin Newson, que vem combatendo a decisão desde 2016 exercendo seu poder de veto, decidiu que não vai fazer isso dessa vez, apesar de não concordar com a decisão da Justiça. "Mais de 50 anos após o culto de Manson cometer esses assassinatos brutais, as famílias das vítimas ainda sentem o impacto", diz o comunicado do governador.
Leslie já disse que se arrependeu por participar dos assassinatos. Segundo ela, na época dos crimes ela estava com problemas mentais que eram agravados pelo uso de LSD e que ela acreditava que Charlie Manson, que foi morto na prisão em 2017, era Jesus Cristo.
 
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