prédio residencial danificado pelos restos de um drone russo abatido em KievAFP
Publicado 13/07/2023 08:53 | Atualizado 13/07/2023 08:55
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A Rússia respondeu nesta quinta-feira, 13, às promessas da Otan de apoiar a Ucrânia com ataques aéreos pela terceira noite consecutiva, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visita a Finlândia, novo país membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Biden se reunirá com o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, um dia após a reunião de cúpula da Otan na Lituânia, onde o G7 anunciou que apoiará a Ucrânia pelo tempo necessário para que o país derrote a Rússia.

Moscou respondeu ao anúncio de ajuda com novos ataques aéreos contra a Ucrânia, que afirmou ter derrubado 20 drones de ataque russos e dois mísseis de cruzeiro durante a noite.

Em Kiev, os ataques com drones deixaram pelo menos quatro feridos, de acordo com as autoridades. O prefeito da capital, Vitali Klitschko, anunciou a morte de uma pessoa em um incêndio que não tem relação com os bombardeios.

O governo russo afirmou que os caças F-16 enviados à Ucrânia serão considerados uma ameaça "nuclear" por sua capacidade de transportar armas atômicas.

"A Rússia não pode ignorar a capacidade destas aeronaves de transportar armas nucleares", alertou o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, antes de informar que Moscou advertiu Estados Unidos, Reino Unido e França.

Holanda e Dinamarca lideram o plano para treinar os pilotos ucranianos nos caças norte-americanos, como parte de uma coalizão de 11 países, depois que o governo dos Estados Unidos autorizou a transferência das aeronaves.

Reunião nórdica 
Joe Biden se reunirá na Finlândia com Sauli Niinisto, presidente do país nórdico, que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia e que acabou com a política histórica de não alinhamento após a invasão da Ucrânia pelas tropas russas.

Além de Niinisto e do primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, Biden se reunirá com outros os chefes de Governo da região: o sueco Ulf Kristersson, o norueguês Jonas Gahr Store, a dinamarquesa Mette Frederiksen e a islandesa Katrin Jakobsdottir.

O grupo abordará a cooperação entre os países nórdicos e os Estados Unidos nas áreas de segurança, meio ambiente e tecnologia.

Biden será o primeiro presidente norte-americano a visitar Helsinque desde que seu antecessor, Donald Trump, se reuniu na capital finlandesa com o presidente russo, Vladimir Putin, em 2018.

A viagem acontece depois que os líderes da Otan frustraram as esperanças do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de obter um calendário definido para a adesão do país à aliança militar, A organização destacou que o convite a Kiev será apresentado quando "as condições forem cumpridas".

Ao invés de um calendário preciso na Otan, os países do G7 ofereceram à Ucrânia um pacote de compromissos de segurança a longo prazo.

Não vamos hesitar
O plano do G7 estabelece uma estrutura sob a qual cada país poderá assinar acordos bilaterais com Kiev para o fornecimento de armas.

"Não vamos hesitar", afirmou Biden em um discurso em Vilnius, no qual demonstrou a determinação de apoiar a Ucrânia após uma reunião com Zelensky.

"Putin ainda duvida do nosso poder de permanência. Ainda faz a aposta errada de que a convicção e unidade dos Estados Unidos e dos nossos aliados e parceiros serão quebradas", declarou.

Zelensky insistiu que as promessas de ajuda dos governos ocidentais são uma "grande vitória em termos de segurança".

Mas ele não escondeu que preferia a divulgação de um calendário por parte da Otan para a adesão da Ucrânia após a guerra.

À margem do encontro da Otan, a Austrália se comprometeu a enviar uma frota adicional de 30 veículos blindados de infantaria Bushmaster, avaliados em 67 milhões de dólares.

Nesta quinta-feira, no entanto, o ministro da Defesa da Austrália expressou dúvidas sobre uma proposta para enviar caças aposentados à Ucrânia, alegando que o pedido de Kiev de mais aeronaves representa uma "questão complicada".

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuriy Ignat, afirmou que os novos sistemas são insuficientes para proteger todo o país. "Não temos recursos para destruir mísseis balísticos", declarou Ignat.
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